Discussão:Rota dos Baobás/Tuxáua
O objetivo do mapeamento realizado pela Rede Mocambos é potencializar a estruturação de comunidades que integram a rede, através da apropriação das novas tecnologias de comunicação e do intercâmbio entre as diversas realidades que buscam as mesmas oportunidades de acesso e inclusão sócio/digital.
A ideia de desenvolver mapeamento e geo referenciamento surge para contribuir com o fortalecimento e difusão da cultura comunitária bem como com a integração entre as comunidades através de uma rede de trocas, compartilhamento de saberes, conhecimentos, intercâmbio cultural e comércio solidário.
A Rede Mocambos, em suas ações, tem uma estrutura metodológica baseada em Núcleos, que contribui para impulsionar o desenvolvimento das comunidades a partir de tecnologias sociais e digitais, são constituídos por três frentes:
Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento Digital, NPDD. O Núcleo envolve pessoas com conhecimento técnico de várias comunidades e realidades da Rede. O NPDD é responsável pelo desenvolvimento e manutenção das ferramentas digitais da Rede, cuidando atualmente dos portais (www.mocambos.net, acs.taina.net.br, mapa.mocambos.net, galeria.mocambos.net), das contas e-mail (@mocambos.net e @mocambos.org) e de criar documentação de base sobre as ferramentas digitais.
Núcleo de Produção de Conteúdos, NPC. O Núcleo envolve pessoas com experiência pedagógicas de várias comunidades e realidades da Rede. O NPC é responsável pela sistematização do material textual e audiovisual produzido nas comunidades e demais conteúdos abertos de interesse da Rede.
Os NFCs são comunidades rurais e urbanas da Rede Mocambos mais estruturadas que assumiram o papel de multiplicadores regionais, através de práticas locais e de encontros chamados "Pajelanças Quilombólicas" (metodologia reconhecida como tecnologia social pela Fundação Banco do Brasil). Estão localizados em regiões de concentração de comunidades quilombolas, no Pará, no Maranhão,em Pernambuco, na Bahia, no Rio Grande do Sul, em São Paulo, e um no Rio de Janeiro.
A Rede Mocambos, ao acumular uma trajetória de quase uma década de articulação negra e quilombola, traz em suas experiências, no campo da cultura negra e de pesquisa e desenvolvimento em cultura digital, a possibilidade de estruturação de acervos digitais a partir de servidores de baixo custo.
As estratégias que vem sendo alvo de pesquisas, levam em conta locais com características diversas, para que seja possível a implementação de servidores de baixo custo que permitam a criação e circulação de conhecimentos locais em comunidades com acesso pleno, ou limitado ou sem acesso à Internet.
O empenho no fortalecimento da Rede vai de encontro ao interesse de efetivar ações através de uma rede de produção, organizando e difundindo conteúdos históricos, artísticos, culturais, técnicos e linguísticos, produzidos por comunidades tradicionais por meio da comunicação comunitária.
O mapeamento tem como elemento simbólico o Baobá, árvore africana que vive mais de 6 mil anos, considerada a árvore da memória, este símbolo serve de orientação para a realização de práticas comunitárias de oralidade construindo caminhos e estratégias de fortalecimento entre saberes ancestrais, comunicação comunitária e tecnologias digitais através da Rota dos Baobás.
A Rede Mocambos tem feito ações junto às comunidades principalmente na compreensão de que o pleno fortalecimento e desenvolvimento só se dá em harmonia com a garantia de seu território, entrelaçamento de suas práticas, saberes ancestrais, ações e produções históricas, linguísticas, culturais e filosóficas para a sustentabilidade de sua existência que gera um elemento não mensurável numericamente, que está atrelado à construção de modelos de desenvolvimento que se estruturem em sua própria história e sejam autônomos.