Usuário:Prisciladila

De Rede Mocambos
Edição feita às 17h02min de 19 de agosto de 2012 por Prisciladila (disc | contribs)
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Conteúdo

Plano de Trabalho

O projeto tem como meta estruturar uma rede de produção, organização e catalogação digital de conteúdos históricos, artísticos, culturais e linguísticos produzidos por grupos e entidades de matriz africana no Brasil. Busca-se a transmissão de conhecimentos de detentores e/ou produtores de bens culturais de natureza imaterial para as novas gerações.

Para dar continuidade nos trabalhos já desenvolvidos serão organizados a estrutura de três frentes: 1) a organização de uma rede para a construção de uma estrutura para reconhecimento e troca de recursos digitais e de conhecimentos; 2) estrutura para realização de formação continuada e 3) bases para formação de recursos humanos ligada à produção e à disseminação de conteúdo produzido localmente.

Afim de efetivar ações conjuntas será organizada uma estrutura para resgatar, divulgar e compartilhar as produções linguísticas, filosóficas e culturais das matrizes africanas que participam na formação da cultura brasileira bem como fortalecer as potencialidades técnica e operacional das organizações representativas dos povos e comunidades tradicionais locais em uma ação de formação educacional que visualiza reflexos sócio-ambientais, tendo como princípio que tais reflexos podem ser alcançados de forma coletiva e colaborativa com a estruturação de uma rede digital para intercâmbio de tecnologias livres e produção e circulação de conteúdo aberto.

É afirmado assim o interesse em resgatar e divulgar as contribuições linguísticas, filosóficas e culturais das matrizes culturais africanas na formação da cultura nacional, a partir do esforço de um grupo social em se representar e em se apoderar dos recursos tecnológicos disponíveis. A possibilidade de resgate das contribuições dos descendentes de matriz africana nas próprias comunidades tem valor inestimável. Depois de séculos de historiografia que representa as negras e negros no Brasil como coadjuvantes do processo de colonização brasileiro contado por outras matrizes culturais, torna-se possível ganhar voz e - esperamos - colocar questões para a "formação da cultura nacional". É preciso participar desta discussão como protagonista, e esta é a oportunidade de preparação das comunidades para ocupar este papel.

O Projeto Tambor, Acervos e Comunicação é um trabalho proposto de forma colaborativa. Ele integra interesses de diferentes grupos e permite um tipo de articulação entre associação cultural, comunidades tradicionais, grupos de pesquisa que apresentamos abaixo:


Esquema nucleos.png


A proposta da Casa de Cultura Tainã agrega pela Rede Mocambos dois grupos de pesquisa da Universidade Estadual de Campinas e comunidades tradicionais que confirmaram a participação no projeto.

Parceiros

REDE MOCAMBOS A Rede Mocambos (http://www.mocambos.net/) , criada em 2002, é uma rede solidária formada principalmente por comunidades de matriz africana. O mocambo ou mucambo, a palhoça ou o tejupar, são denominações dadas a moradias construídas artesanalmente usando materiais locais. Nos quilombos mais antigos, como o quilombo de Palmares, os mocambos eram construídos em círculos para facilitar a comunicação e como tática de defesa e resistência. O objetivo principal da Rede é compartilhar ideias e oferecer apoio recíproco. A rede integra diferentes projetos, programas, ações voltadas para o desenvolvimento humano, social, econômico, cultural, ambiental, preservação do patrimônio histórico, memória, ancestralidade. Investe por meio da promoção de competências pessoais, coletivas, sociais, formativas, produtivas, de indivíduos e comunidades, para a apropriação do conhecimento livre, do fortalecimento institucional das organizações, ampliação de acesso aos bens, serviços e tecnologias de comunicação e informação. A Rede visa potencializar o desenvolvimento de forma sustentável no âmbito local e regional em diferentes territórios urbanos e rurais, constituindo numa territorialidade tecnológica onde os recursos são utilizados para a integração das pessoas e das comunidades e não para o afastamento das culturas. Rede Mocambos não é uma instituição representativa das comunidades quilombolas, mas sim uma rede formada por comunidades quilombolas, indígenas e terreiros de matriz africana, ribeirinhas e caiçaras que busca a utilização e apropriação das tecnologias de informação e comunicação como estratégias fundamentais para desenvolvimento de ações conjunta das comunidades envolvidas na Rede, além de exercemos o direito humano à comunicação.

A Casa de Cultura Tainã é uma entidade cultural e social sem fins lucrativos fundada por moradores da Vila Castelo Branco e região em 1989 com nome de Casa de Cultura da Vila Castelo Branco e, mais tarde, através de um concurso, foi escolhido o nome de Casa de Cultura Tainã que hoje fica na Vila Padre Manoel da Nóbrega região noroeste do município de Campinas/SP. Assinou convênio com o Ministério da Cultura em 2004, se tornando um dos cem primeiros Pontos de Cultura do Programa Cultura Viva, sendo muitas vezes apontada como uma das principais referências do Programa. Sua missão é possibilitar o acesso à informação, fortalecendo a prática da cidadania e a formação da identidade cultural, visando contribuir para a formação de indivíduos conscientes e atuantes na comunidade. A Casa de Cultura Tainã apresenta-se, hoje, como uma das poucas opções de ação comunitária efetiva, sendo reconhecida como a única referencia cultural numa região onde se registram todos os tipos de carências, resultantes da falta de políticas sociais que assegurem a sobrevivência e a qualidade de vida de crianças e jovens. A região de atuação da Casa de Cultura Tainã compreende uma área de concentração populacional de aproximadamente 50.000 habitantes distribuídos em quatro vilas populares das regiões sul e noroeste. Caracterizada como "o outro lado da cidade", a área possui cerca de 500.000 pessoas em sua linha de extensão, abrigando grande parte da população negra do município. A Casa possui ampla experiência acumulada ao longo de mais de vinte (20) anos de divulgação e preservação da cultura de matriz africana. É núcleo fundador da Rede Mocambos, espaço virtual de comunicação já consolidado que constitui uma fonte de consulta fidedigna para cidadãos interessados em culturas e línguas de matriz africana no Brasil. O site da rede Mocambos pode ser consultado através do www.mocambos.net, portal que tem como objetivo organizar, indexar e disponibilizar de forma aberta o acervo cultural produzido pela rede Mocambos de forma estruturada e sustentável.

A Associação Casa do Boneco de Itacaré, com sede em Itacaré/BA, é uma entidade sem fins lucrativos que desenvolve um conjunto de programas de cultura negra sobre educação, comunicação, sustentabilidade e apropriação tecnológica. Trabalha com crianças e adolescentes da comunidade, buscando o resgate da cultura afro-indígena ancestral, através de oficinas: Teatro de bonecos, capoeira angola, percussão, dança afro e regional, arte circense, artesanato, reciclagem, entre outras.

O Centro Cultural Coco de Umbigada, com sede em Olinda/PE, marca seu nascimento há 14 anos, quando foi iniciada a Sambada de Coco, retomando a tradição do Coco de Umbigada, originária da comunidade de Paratibe, no município de Paulista, na região metropolitana do Recife. Em 2007 foi criado oficialmente o Centro Cultural Coco de Umbigada, uma Organização Não Governamental cujas ações estão focadas no resgate e memória da cultura popular de matriz afro-indígena, em especial o coco e as tradições dos terreiros de Pernambuco. O Coco promove e integra a Rede Sustentável de Matriz Africana, dedicada à construção de uma alternativa de trabalho e renda com a produção de sete terreiros da região metropolitana do Recife. Participa ativamente, e com protagonismo, das redes estadual e nacional de pontos de cultura, além de outras, como a Rede Mocambos e a Rede da Marcha Mundial pelo Humanismo e a Não Violência, e colabora com outros coletivos e grupos como o Coletivo Rádio Amnésia e o Coletivo Nordeste Livre.

O Instituto Sociocultural Afro-Sul Odomode, com sede em Porto Alegre/RS, é uma instituição cultural que funciona como movimento de luta e valorização da cultura negra e do direito à livre expressão da pessoa humana. Foi criado em Porto Alegre – 1974, quando um grupo de jovens negros decidiu criar uma banda musical a fim de participar de um festival de música em uma escola de Porto Alegre. A partir da criação do Odomode, a quadra que era utilizada pela Escola de Samba foi transformada em um Centro Cultural de Ação Social, sendo esse o elemento principal para a concepção e execução de um projeto de inclusão sociocultural, onde há oportunidade de criar e experimentar inúmeras práticas pedagógicas voltadas à transformação gradual da nossa realidade atual, marcada pela exclusão e a discriminação, estando orientada também pela efetivação da Lei 10.639, que faz constar nos currículos escolares a História da África e do Negro no Brasil.

A Associação do Jongo Dito Ribeiro, com sede em Campinas/SP, é uma entidade sem fins lucrativos que desenvolve atividades na Casa de Cultura Fazenda Roseira salvaguardando um Patrimônio Imaterial Cultural do Brasil, o Jongo no Sudeste. A casa foi construída a partir do final do século XIX, de pau a pique (taipa) e tijolos e foi entregue como Equipamento Público Comunitário à Prefeitura Municipal de Campinas - mediante a chegada do loteamento em construção em 24 de agosto de 2007. A fazenda tem várias riquezas naturais, diversos tipos de árvores nativas e exóticas, horta e canteiro de ervas africanas. A Casa de Cultura Fazenda Roseira nasceu da parceria entre entidades, movimentos sociais, culturais, ambientais e profissionais das respectivas áreas atuantes na região noroeste da cidade de Campinas, que se juntaram para defender o Casarão da Fazenda do processo de demolição que ele vinha sofrendo. Na busca de preservar e manter esse marco histórico, que foi responsável por diversos avanços na região desde o final do século XIX, diversas ações vêm sendo desenvolvidas para que esse bem se mantenha preservado e atenda a jovens, idosos e crianças. Nessa perspectiva, divulga cursos, palestras e oficinas, para contribuir a permanência do Patrimônio Histórico Cultural.

UNICAMP

O Grupo de Trabalho Educação Aberta, sob coordenação do Pesq. Dr. Tel Amiel, está sediado no Núcleo de Informática Aplicada à Educação (NIED), que comemorará 30 anos de existência na UNICAMP em 2013, é considerado um centro de excelência na pesquisa e disseminação de conhecimento sobre tecnologia e educação. Participa de inúmeros projetos nacionais e internacionais relacionados à temática, como os projetos Um Computador Por Aluno (UCA), OLPC (One Laptop per Child/XO), e o desenvolvimento do software de educação a distância TELEDUC, entre outros.

O Grupo de Trabalho Multilinguismo no Mundo Digital, sob coordenação da Pesq. Dra. Claudia Wanderley, está sediado no Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência (CLE/UNICAMP). O CLE foi projetado e organizado em 1976, e implantado oficialmente na UNICAMP em 1977. Criado com o objetivo central de desenvolver atividades nas áreas de Lógica, Epistemologia e História da Ciência, bem como pesquisas interdisciplinares, o CLE mantém intenso intercâmbio acadêmico com pesquisadores e instituições do Brasil e do exterior; organiza regularmente seminários e encontros científicos; coordena trabalhos de pesquisa; assessora cursos de pós-graduação de natureza interdisciplinar; mantém acervo bibliográfico e acervo de documentação que proporcionam subsídios a pesquisadores e estudantes; e promove a publicação de duas revistas e uma coleção de livros.

Fortalecimento Institucional e Desenvolvimento Socioeconômico

Considerando que as comunidades tradicionais possuem um histórico de suas práticas que se estruturam como tradição, o fortalecimento institucional precisa ter imanente essa organização como um estabelecimento de inovação no que pode ser considerado este fortalecimento. Tendo isto em vista, o fortalecimento precisa colocar a cosmo visão africana como referência sendo uma das heranças que tais comunidades levam a cabo em suas vivências, uma visão que relaciona todas as práticas, ações e produções ( aqui precisa definir a cosmo visão, num sei, de repente colocar uma referência também) harmonicamente. Na África, apesar da diversidade, profundidade e peculiaridade gigantesca dos povos africanos, ela tem um aspecto civilizatório, ou seja faz parte do desenvolvimento político-social e de organização que não se fragmenta em burocracias mas enxerga a Terra, todos os seres vivos, entre eles o ser humano, a organização coletiva, aspectos educativos e de estruturação cultural como uma relação intrínseca às decisões, ações, práticas e produções de tecnologias sociais,econômicas, políticas e culturais. Esse elemento, fomentado e vivido pelas comunidades quilombolas no Brasil, possibilita compreender que o fortalecimento institucional e desenvolvimento socioeconômico se dá com o fortalecimento das práticas já desenvolvidas e respostas já encontradas para demandas que observadas pelas comunidades para continuar existindo, garantindo sua autonomia e a valorização de suas criações, em todos os campos de suas práticas que se inter-relacionam. A Rede Mocambos nasce também dessas demandas e realiza um trabalho em rede entre as comunidades; tais necessidades evidenciaram que os Núcleos de Formação ( já citados detalhadamente ou resumidamente no histórico da entidade) favorecem tal desenvolvimento a partir de tecnologias sociais e digitais com o registro das diversas práticas gerando conteúdo para ser organizado a fim de que esse conteúdo seja compartilhado entre as comunidades inicialmente. Neste sentido o projeto contribui com a visão das comunidades que, tendo como herança a cosmovisão africana de mundo, traz a compreensão de que o pleno fortalecimento desenvolvimento só se dá - e faz parte - em harmonia com o entrelaçamento de suas práticas, ações e produções para a sustentabilidade de sua existência e a Rede é um organismo que se estrutura neste olhar criando mecanismos para este desenvolvimento.

Metodologia

Estando evidente o histórico da Rede Mocambos, a proposta aqui apresentada visa trabalhar conteúdos já existentes, capitados nas comunidades ( vídeos, fotos e textos ), bem como trabalhar conteúdos relativos a outras tecnologias que precisam ser conhecidas e desenvolvidas de acordo com a comunidade específica. A metodologia tem como fundamento as três frentes da Rede Mocambos já citadas no plano de trabalho.'O Núcleo de Produção de Conteúdo'(NPC) é uma ação em rede onde será elaborado um tutorial para servir de referência para as Pajelanças Quilombolicas. O NPC terá como lugar de encontro a Casa de Cultura Tainã e será a primeira ação a ser realizada. Neste encontro o foco é a formação de base para construir e encaminhar acervo para biblioteca digital, bem como a produção de notícias para o Portal da Rede Mocambos e migrar o portal para outra ferramenta e para a organização do Mapa de Geo-referenciamento para descrição das comunidades no mapa. A segunda ação está relacionada ao Núcleo de Formação Continuada, é a Pajelança Quilombolica (descrição do que é ou colocar a descrição da pajelança no plano de trabalho.) Cada Pajelança terá um foco diferente orientado pela comunidade. (Aqui definir quais são as comunidades e quais são práticas e necessidades de cada comunidade envolvida)



  • Formação em produção e uso dos conteúdos nas Pajelanças realizadas em comunidades que já utilizam ferramentas para produção audiovisual e fotográfica, entre outras, para inserir tal conteúdo no Portal.

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