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Telecentro Quilombo de São Domingos
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Quilombo de São Domingos
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A comunidade quilombola de São Domingos é bastante antiga, e, provavelmente, encontra-se no local há mais de duzentos anos, quando Paracatu formou-se pela expansão da fronteira mineradora.
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Segundo a moradora Romilda, três grupos familiares formaram a comunidade: os Ferreira, os Lopes e os Mendanha. De acordo com seu relato, o primeiro casal a fixar moradia no local foi Josefa Caldeira e Manuel Lopes. O nome São Domingos foi escolhido quando uma grande epidemia
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de febre atingiu os moradores, que pediram ao santo que os socorresse. O pedido foi prontamente atendido, segundo os quilombolas, e São Domingos se tornou padroeiro e nome da comunidade.
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Em 2004, foi reconhecida como quilombola pela Fundação Cultural Palmares.
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A comunidade quilombola de São Domingos localiza-se no município de Paracatu, no Noroeste de Minas Gerais, a apenas 3 km do centro da sede.
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Moram no local aproximadamente 400 pessoas, distribuídas em 69 famílias. A maioria das casas está distribuída de forma dispersa. A água é proveniente de riachos próximos, mas está ficando poluída pela mineração existente na região.
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O quilombo é bastante organizado: conta com a Associação de Moradores e a Associação de Quilombolas de São Domingos. A proximidade com Paracatu facilita o acesso aos serviços públicos. Além disso, conta com a presença de agente de saúde e a visita mensal de um médico. A comunidade possui luz elétrica, telefone público e coleta de lixo pela prefeitura. A comunidade está lutando para regularizar as terras como território quilombola e protegê-las de uma invasão iminente de seus territórios pela mineradora vizinha. O cemitério antigo, por exemplo, já está próximo das terras ocupadas pela mineradora. O pedido ao Incra foi encaminhado em 2004.
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Os riachos Santos Reis e Poções, que correm dentro do território histórico de São Domingos, fornecem a água para o consumo. No entanto, a água tem se tornado cada dia mais escassa, devido às atividades de mineração que poluem e assoreiam os riachos. O solo do quilombo varia entre o fértil latossolo, de terra avermelhada, e o cambissolo, de difícil manejo para o plantio.
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A sobrevivência da comunidade está ameaçada em decorrência das atividades mineradoras de uma empresa, que extrai ouro e prata do entorno e de parte do território tradicional de São Domingos. Algumas nascentes secaram ou foram destruídas. Uma grande cachoeira secou depois que as terras em que ela se encontrava foram vendidas pela moradora Josefa. A prática ancestral do garimpo foi proibida na região pela empresa, que iniciou suas atividades mineradoras em 1991. A Associação de Moradores já encaminhou uma denúncia aos Ministérios Públicos Estadual e Federal e à Federação das Comunidades Quilombolas de Minas Gerais. A cada dia, as atividades desse empreendimento se aproximam mais das moradias. Os moradores contam que, no lugar destruído pela mineradora,
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havia construções de pedra feitas por escravos. Cachimbos e ferramentas antigas eram muito encontrados na região, o que indica que há sítios arqueológicos em áreas do território tradicional dos quilombolas.
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As atividades econômicas dos moradores são o trabalho agrícola (o açafrão é um produto tradicionalmente comercializado), criação de gado leiteiro, emprego fora da comunidade (em Paracatu e na mineradora) e produção nos equipamentos coletivos de beneficiamento existentes no local (casa de farinha, moinho de cana e olaria). Algumas moradoras realizam atividades artesanais de cestarias e produção de doces.
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'''CULTURA'''
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A cultura quilombola ainda está presente entre os moradores e em sua organização social. A caretada é uma típica expressão cultural dos afro-brasileiros do Noroeste mineiro. Nela participam apenas os homens, que, vestidos com máscaras e roupas coloridas, cantam e dançam pelas ruas da comunidade e da cidade. Segundo a moradora Romilda de Fátima, antigamente existia também a tapuiada, expressão cultural de origem afro-indígena, rica de passos e com história simples e persuasiva. De um lado, os congos, negros de uma aldeia próxima; do outro, os tapuios, índios desconfiados da existência dos vizinhos, mas sem coragem de se aproximar. Como a caretada a tapuiada, também teve sua origem em Paracatu, nos fins do Séc. XVIII. Existe um terno de folia-de-reis que desfila pelo quilombo todo dia cinco de janeiro. A principal festa da comunidade é a do padroeiro, São Domingos, realizada no dia quatro de agosto. A maioria dos moradores é católica e alguns freqüentam terreiros em Paracatu.
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Fonte: CEDEFES
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evanelopespqsilva@gmail.com edmilson@hotmail.com
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Rua Principal, N°. 1150, São Domingos, Paracatu
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38600-000

Edição atual tal como às 22h45min de 28 de junho de 2013

Telecentro Quilombo de São Domingos

Quilombo de São Domingos

A comunidade quilombola de São Domingos é bastante antiga, e, provavelmente, encontra-se no local há mais de duzentos anos, quando Paracatu formou-se pela expansão da fronteira mineradora. Segundo a moradora Romilda, três grupos familiares formaram a comunidade: os Ferreira, os Lopes e os Mendanha. De acordo com seu relato, o primeiro casal a fixar moradia no local foi Josefa Caldeira e Manuel Lopes. O nome São Domingos foi escolhido quando uma grande epidemia de febre atingiu os moradores, que pediram ao santo que os socorresse. O pedido foi prontamente atendido, segundo os quilombolas, e São Domingos se tornou padroeiro e nome da comunidade. Em 2004, foi reconhecida como quilombola pela Fundação Cultural Palmares.

LOCALIZAÇÃO

A comunidade quilombola de São Domingos localiza-se no município de Paracatu, no Noroeste de Minas Gerais, a apenas 3 km do centro da sede.

INFRA-ESTRUTURA

Moram no local aproximadamente 400 pessoas, distribuídas em 69 famílias. A maioria das casas está distribuída de forma dispersa. A água é proveniente de riachos próximos, mas está ficando poluída pela mineração existente na região. O quilombo é bastante organizado: conta com a Associação de Moradores e a Associação de Quilombolas de São Domingos. A proximidade com Paracatu facilita o acesso aos serviços públicos. Além disso, conta com a presença de agente de saúde e a visita mensal de um médico. A comunidade possui luz elétrica, telefone público e coleta de lixo pela prefeitura. A comunidade está lutando para regularizar as terras como território quilombola e protegê-las de uma invasão iminente de seus territórios pela mineradora vizinha. O cemitério antigo, por exemplo, já está próximo das terras ocupadas pela mineradora. O pedido ao Incra foi encaminhado em 2004.

GEOGRAFIA E AMBIENTE

Os riachos Santos Reis e Poções, que correm dentro do território histórico de São Domingos, fornecem a água para o consumo. No entanto, a água tem se tornado cada dia mais escassa, devido às atividades de mineração que poluem e assoreiam os riachos. O solo do quilombo varia entre o fértil latossolo, de terra avermelhada, e o cambissolo, de difícil manejo para o plantio. A sobrevivência da comunidade está ameaçada em decorrência das atividades mineradoras de uma empresa, que extrai ouro e prata do entorno e de parte do território tradicional de São Domingos. Algumas nascentes secaram ou foram destruídas. Uma grande cachoeira secou depois que as terras em que ela se encontrava foram vendidas pela moradora Josefa. A prática ancestral do garimpo foi proibida na região pela empresa, que iniciou suas atividades mineradoras em 1991. A Associação de Moradores já encaminhou uma denúncia aos Ministérios Públicos Estadual e Federal e à Federação das Comunidades Quilombolas de Minas Gerais. A cada dia, as atividades desse empreendimento se aproximam mais das moradias. Os moradores contam que, no lugar destruído pela mineradora, havia construções de pedra feitas por escravos. Cachimbos e ferramentas antigas eram muito encontrados na região, o que indica que há sítios arqueológicos em áreas do território tradicional dos quilombolas.

ECONOMIA LOCAL

As atividades econômicas dos moradores são o trabalho agrícola (o açafrão é um produto tradicionalmente comercializado), criação de gado leiteiro, emprego fora da comunidade (em Paracatu e na mineradora) e produção nos equipamentos coletivos de beneficiamento existentes no local (casa de farinha, moinho de cana e olaria). Algumas moradoras realizam atividades artesanais de cestarias e produção de doces.


CULTURA

A cultura quilombola ainda está presente entre os moradores e em sua organização social. A caretada é uma típica expressão cultural dos afro-brasileiros do Noroeste mineiro. Nela participam apenas os homens, que, vestidos com máscaras e roupas coloridas, cantam e dançam pelas ruas da comunidade e da cidade. Segundo a moradora Romilda de Fátima, antigamente existia também a tapuiada, expressão cultural de origem afro-indígena, rica de passos e com história simples e persuasiva. De um lado, os congos, negros de uma aldeia próxima; do outro, os tapuios, índios desconfiados da existência dos vizinhos, mas sem coragem de se aproximar. Como a caretada a tapuiada, também teve sua origem em Paracatu, nos fins do Séc. XVIII. Existe um terno de folia-de-reis que desfila pelo quilombo todo dia cinco de janeiro. A principal festa da comunidade é a do padroeiro, São Domingos, realizada no dia quatro de agosto. A maioria dos moradores é católica e alguns freqüentam terreiros em Paracatu.


Fonte: CEDEFES http://www.cedefes.org.br/index.php?p=projetos_detalhe&id_pro=128

MG

MUNICIPIO: Paracatu

quilombo

05.785.979/0001-74

CONTATO: Evane Lopes Dias Silva

FONE: (38)88040976

EMAIL: evanelopespqsilva@gmail.com edmilson@hotmail.com

21864

ENDEREÇO: Rua Principal, N°. 1150, São Domingos, Paracatu

CEP: 38600-000

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