Relatório Pajelança Tainã

De Rede Mocambos
Edição feita às 01h22min de 21 de agosto de 2013 por Nega suh (disc | contribs)
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Links internos interligados

Conteúdo

04 de agosto de 2013

Avaliação da pauta

METODOLOGIA:

  • Gestão compartilhada
  • Comunicação comunitária
  • Apropriação tecnológica
  • Educação e elaboração de conteúdos
  • Construção de herbário: produção do acervo, salvaguarda do patrimonio material e imaterial das comunidades quilombolas.
  • Sustentabilidade

AÇÕES ESTRATÉGICAS

  • Telecentros Br
  • Rota dos Baobás
  • Rota de Escambo
  • Resgate da memória dos encontros de 2008 e 2010
  • Aprimoramento da comunicação interna
  • Elaboração de projetos

Debate:

Pri Temos legitimidade para questionar as dificuldades da implementação dos telecentros e de outras políticas, aproveitar o capital politico da rede para questionarmos a formulação da política

Jorge O impulso das ações é diferente das projeções sobre as ações. Precisamos melhorar nossa comunicação, para que facilite as nossas ações. É importante falar sobre a elaboração de projetos, pois não podemos ficar sustentados sob uma alça só, pensando a articulação dos projetos de cada núcleo com a proposta da rede. Temos, enquanto coletivo, buscar trazer a tona não uma magoa na ação coletiva, interna ao grupo. Temos que dar dois passos para trás, para depois ir pra frente. Usar nossas energias contra quem sabemos que nos coloniza.

TC dificuldades do SINCOV Pautar as contradições do sistema – não garante direitos. Políticas que favorecem os atravessadores. Teríamos que se adequar para o acesso imediato ou questionar o sistema em si? Nos adequarmos não resolve os problemas de todos. Por onde pensamos a transformação social, dentro da nossa proposta? A política definitiva, e não só paliativa, vem quando? Temos que produzir conteúdo e ações concretas. Mapear todas as experiências para além da rede, validar instrumentos que conhecemos, mostrar nosso conteúdo e tudo que se identifica com a proposta política da rede, que experiências de vida, de luta, que temos, alinhados com o que a gente pensa. Fazer a gestão de conteúdos, instrumentalizando as lutas e pautando a construção de políticas. As ações da rede: Comunicaçao, autonomia dos nossos territórios, pensar os territórios, difundir ideias libertárias numa condição que reflita nossa própria condição no Brasil. O que marca fisicamente e simbolicamente a autonomia dos territórios é a Rota dos Baobás. O resto é construção, e temos que ver como entendemos isso e incorporar na rede. A rede é a cara de quem tá nela. Como se descolonizar?

PC termos claro quais as ações da rede, para que possamos fortalecê-las, separar das açoes dos núcleos. Acabou projeto do núcleo, temos que seguir com os projetos da rede

- Readequações da programação

05/08/2013

-Introdução: Apresentação dos participantes, roda cerimonial (batuques e cantigas) em volta dos tambores, cercado pelas plantas trazidas pelos núcleos, que remete a ligação entre ancestralidade, natureza, espiritualidade e diversas propriedades relacionadas às origens de cada planta. Tendo como princípio da roda a conectividade de energias, comunicação.

-Pautas iniciais:

  • Pontos de relatoria: edição de textos, transcrição de vídeo.
  • Mobilização e articulação.
  • Coletividade anuclear, os pólos se irradiam, se dividem em pontos de ligação, Mocambos. (Jorge Rasta).
  • Coopitação de lideranças na prática coletiva.
  • Conquistas e organizações à partir da organização nas comunidades, na comunicação entre juventude e lideranças.
  • Como os recursos adquiridos são compreendidos pelas comunidades, pelos núcleos de formação, para o desenvolvimento de ações, atividades, formas de comunicação.
  • Telecentros BR, como ferramenta estratégica de apropriação territorial e tecnológica, na comunicação comunitária das comunidades.
  • A importância da circularidade (rodas), como uma conexão ancestral, comunicação entre olhares, compreensão significativa através dessas trocas de saberes, trocas de energias. (TC)

Construção do Herbário: Reconhecimento ancestral, saberes medicinais e suas propriedades à partir da vivência com os mais velhos, a tecnologia e o meio ambiente. Relacionar a apropriação do conhecimento com a troca desse saber e de que forma compartilhar.

Salvaguarda do Patrimônio Material e Imaterial:

  • Oficina de Salvaguarda do patrimônio material e imaterial com Alessandra Ibaô:

Aprender, trocar e transformar. Várias perspectivas para pensar o patrimônio, em disputa. Mas qual o nosso entendimento? Queremos ou não relacionar isso com a política pública? Há um programa nacional do patrimonio imaterial, mas queremos adentrar nisso ou fazer de outra forma? A universidade faz dossiês, vai até as comunidades,, que fica numa posição de apenas um ser um agente informante, que alimenta o dossiê. mas há uma discussão de sermos nós mesmos os elaboradores do dossiê. O material e o imaterial está totalmente relacionado, mas isso não prepondera na política pública, que tem a visão da elite. Como fazemos as coisas mais do nosso jeito? É possível escolher não se relacionar com as políticas públicas, mas elas tão ai, como fazemos para escolher e lidar com isso? Eles discutem de uma forma, nosso entendimento é outro, como fazemos? Há armadilhas muito sutis que podem nos deixar “enquadrados” em outras lógicas que não são nossas. Patrimônio material e imaterial são compreendidos como uma “dicotomia”, o que difere totalmente à nossa forma de agir e pensar. Por um conjunto de relações de espaço de poder e política embranquecida, esse patrimônio tem sido distorcido. É importante atentar o patrimônio aos interesses políticos, culturais e turísticos, se apropriar dessas diversidades, dessas memórias enquanto patrimônio imaterial do saber.

Compreender e se apropriar dessas diferenças, é o que torna a Salvaguarda uma garantia das memórias e oralidades de um povo.

  • Memória Social: conecta a comunidade, relaciona, interliga às vivências do nosso povo e a nossa ancestralidade.
  • Memória Política: supervaloriza os espaços, objetiva, intencional.
  • Patrimônio Material: é objetivado, exteriorizado como uma forma de produto, material de contemplação apenas.
  • Patrimônio Imaterial: é a memória que vai além da exteriorização, que remete do detentor (mestre) do conhecimento, que não desassocia a imagem figurada do saber tradicional, ancestral. É o registro oral, dinâmica coletiva das trocas de comunicação, referência cultural.

Plano de Salvaguarda: Ação estratégica de registro, inventário (documentação local), como uma forma de garantir a tradição, a cultura, a essência desses patrimônios independente de propostas políticas. É importante as comunidades se apropriarem dessas ferramentas de counicação, para comprrender coletivamente a importância de compartilhar e de que forma compartilhar esses conhecimentos, para poder lidar politicamente com os meios estatais e federais de dominação. Quanto à política pública, um dos critérios de avaliação desses conhecimentos é: o nº de famílias, quantidade de pessoas, à quem vai interessar (público alvo), e para que isso se torne reconhecido politicamente, é necessário que comprometa um número considerável de pessoas, comunidades. Através de um mapeamento, questão de interesses e objetividade.

Yashodhan As lembranças do patrimônio imaterial são atemporais, quando as recordações podem ser vivenciadas à qualquer momento. Aquilo que nos lembra os afetos, se perdeu a valorização dos bens enquanto sendo imateriais, tendo significado. As pessoas só veem as coisas materiais. Válido o debate sobre o material e imaterial para juntá-los.

Moan patrimônio imaterial: mesmo que eu não posso tocar, eu posso sentir.

PC É de uma cidade de Pelotas, toda tombada. Participou do processo de patrimonialização do Sopapo, que é material e também imaterial. Acha que a questão é política, mas a patrimonialização não ajuda muito no reconhecimento real do que é importante. Sente muita frustração no processo, que não muda em nada na vida das pessoas. Falou do projeto de comunicação quilombola e a parte do projeto que diz respeito ao Acervo. Estamos buscando metodologias para fazer um registro nosso.

Titi proposta de tombar a cultura, não ajuda muito. A questão é salvaguardar de fato.

Alceu É um dos fundadores do grupo urucungos e trabalhou na universidade. Cada uma destas instituições reconhece o patrimonio imaterial coisas diferentes. Nós entendemos o patrimonio material como sendo também imaterial, enquanto no museu e na universidade, há uma competição de memória e só o material mais raro e intocável importa. Mas também há ações importantes dentro dos museus, que foge dos atos políticos e vazios, que não colaboram em nada com a vida dos guardiões do patrimonio – museologia comunitária, já ocorre em outros países, mas no Brasil isso ainda não acontece, porque foge do status quo. Exposição “Pretos Olhares”

Suh O que estamos fazendo aqui é uma forma de salvaguardar o patrimônio.

Fábio experiência com universidades no Campinho. Debate sobre o turismo chegou e as universidades disseram que a comunidade era fechada, mas as universidades também são fechadas para as comunidades. Jaime A comunidade precisa estar fortalecida, as decisões tem que partir de dentro.

Guine Organizados somos, mas precisamos saber como a informação chega. “A verdade vos libertará”

Milson Prática anterior à salvaguarda do patrimonio é a descolonização. Temos que voltar para nossa raiz e ai sim ficará do nosso jeito.

TC A conversa não se esgota nessa roda, temos que pensar estratégias de pensar como organizar conteúdos. Como incorporamos isso como uma necessidade estratégica? Cada um tem aptidões, temos que buscar, ir adiante, não podemos para na roda de conversa, temos que incorporar isso, se não ficamos com um discurso técnico. Não podemos encarar nosso patrimônio como um interesse individual, é muito mais profundo e nos remete à ancestralidade. Como vemos isso como projeto de vida? Depois de ter definição disso, podemos ver como nos relacionar com as políticas públicas.

Ike os problemas são comuns: se estamos organizados ou não, as apropriações que fazem do nosso saber etc... São questões que estao postas no nosso debate, as coisas não são como gostaríamos. Esse hábito de pensar coletivamente e trocar nem sempre nos foi permitido, isso traz uma série de coisas, precisamos ver como renovar e potencializar nossas ações. Como podemos fazer isso?

06/07/2013

Roda de tambores Poesia sobre Laurindo Gomes, morador do Vale do Ribeira assassinado. Declamada por Titi,

Conversa no ar:durante a manhã e parte da noite, à tarde foi realizado atividades práticas.

Sustentabilidade: reserva florestal, código florestal (parque ambiental), crédito carbono (financiamento de alguns países, recursos investidos para o governo brasileiro, como forma de marcar e se apropriar do território, maqueado pelo desenvolvimento sustentável.

Reserva florestal quilombola: montagem de um mosaico, onde os pequenos produtores rurais adentrem um selo, e através dessa ferramenta perder autonomia de território.

Reservas tradicionais com Guiné e Titi:

Titi Apresentou o contexto do vale. Legislação ambiental que não respeita os territórios tradicionais – decreto que estabelecia parques de proteção ambiental. Na nossa região já tem um mosaico e o governo do estado de São Paulo está montando outro mosaico, onde os pequenos produtores rurais também entram em certa lógica de proteção. Essa política recebe muito dinheiro, quando se coloca essa discussão de reserva ambiental, é uma forma de aprender do nosso jeito, da nossa forma de lidar com o processo, sem se deixar influenciar pelo que é imposto. Falou de uma comunidade de caboclos, que tem menos direitos assegurados ainda. Eu sozinha não tenho pernas, mas juntos podemos ter. Nós temos ousadia. E as ferramentas vão nos deixando fortes. A gente as vezes não tem uma máquina, mas temos conhecidos, que podem nos auxiliar. Desterritorializados ambientais: pessoas excluídas por causa do “meio ambiente”. Ela estava se dedicando ao projeto.

Guiné Explicou o que são os créditos de carbono, investimentos feitos por outros países em troca de poder poluir. A questao é que esses recursos estão indo para empresas e prefeituras, e os quilombolas não acessaram esses recursos. O crédito vem com a discussão das reservas ambientais, que já está até na bolsa de valores. Está relacionado com os processos de intrusão e desintrução. Para fazermos as reservas, é preciso ter autonomia sobre o território. Relação com o Incra é muito insatisfatória, os títulos da terra não são priorizados. Há grandes empresas que estão captando esses recursos, precisamos entender o que é uma reserva ambiental quilombola, dominar as ferramentas, essas informações técnicas. Eu não quero balde com água, como diz o TC, eu quero a fonte da água. As situações das comunidades do Brasil são parecidas, mas há especificidades. Problemas fundiários, de exôdo rural.... O “se aparelhar”, que leva ao processo de mapeamento é para que possamos nos fortalecer. O código florestal já está sendo usado contra as comunidades. Ex: MMA tem um projeto voltado para a questão de gestão ambiental, mas como as comunidades acessam isso? O MST consegui por capacitar para isso. Nosos povo precisa investir em capacitação, cursos técnicos, etc., mas precisam voltar para as comunidades, para fortalecê-las. Temos que ter ousadia, nem sempre é necessário ter recursos. Já temos técnicos, precisamos nos organizar melhor. O edital do MMA é sobre gestão ambiental, mas como construir? Além de acessar, temos que participar da construção da pesquisa. Ex. Brasil Quilombola, a conaq falhou na representação e se continua fazendo pp para enriquecer as ONGs, temos que nos enquadrar aos editais, sem apresentar propostas nossas e não conseguimos construir os critérios e os objetivos da política.

Vamos construir isso mais do nosso jeito

Jaime será que é o caso de construirmos a pp ou ela já está construída e não temos nenhuma possibilidade de flexibilizá-la. É muito profundo o que já passamos diante do capitalismo, não temos perna para dar conta de todas as opressões. Temos que nos fortalecer, criar uma unidade de força. Lutar contra as correntes. A lógica é mexer com a cabeça das pessoas para modificar isso. As ações vem prontas e não há espaço para debate, há um atropelamento da discussão. Encontro em Eldorado, convidou a todos, para que possamos compartilhar com todos a forma como vamos fazer esse trabalho, mostrar que temos força. Nós temos condições, nós achamos os meios, vamos lutar para isso.

Nilce Temos os pactos federativos (cada estado deveria manter 25% de matas do seu território para continuar recebendo determinados recursos), o código florestal... mas para quem essas políticas são voltadas? Qual a ferramenta de apropriação, de mapeamento desse valor real da propriedade. É necessário a elaboração de uma cartografia local(mapeamento) e para quem vai ser direcionada essas informações. O processo de georreferenciamento, mapeamento pela comunidade, mas passar para o papel, o mapa foi muito difícil. Mas estamos preparados para isso? Recurso pode vir de vários locais, mas como você lida com isso sem se fragmentar? Um dos encaminhamentos de SP é que todos os documentos elaborados marcassem o posicionamento em relação à 169. Nos posicionamos em relação à aplicação e implantação da 169, para que não se falasse que o estado não discutiu essa convenção. Mostrou as fotos do mapeamento realizado na sua comunidade. O Alfredo colocou à disposição as ferramentas de mapeamento, mas sempre ressaltando o cuidado com as informações, mais de 3 mil. Se não tiver consciência do seu território, não adianta o mapa. Por isso foram feitas oficinas de empoderamento, perdemos 800 nisso, justamente área das nascentes.

Milson É interessante se apropriar dessa ferramenta, cartografia, pensando nos nucelos enquanto rede mocambos.

TC É de extrema importância potencializar essas ferramentas como estratégia de luta. Nosso mapeamento levou em consideração até a praia, indo além do mapeamento de institutos agrários. São áreas de interesse estratégicos que são preservadas em nome do “meio ambiente”. A água, por exemplo, é objeto de disputa em vários locais, então mapear estas coisas é complicado. Deve ser considerado qual é o patrimônio que as populações querem preservar. Caso do Cafundó, onde o território virou local de retirar recursos (monocultivo de árvores e mineradora). E como fica o processo de desterritorialização? É a mudança de pensamentos que estamos propondo aqui. A dominação está estruturada há muito tempo. Temos que pensar sobre o sentido de território, não temos que depender de edital para pensar, para construir estratégias, para organizar nossa luta. Estamos no vício do colonizador, que financia a luta (o estado, no caso). Nao precisamos disso para lutar. Vamos fazer um exercício de ver o que precisamos para nossa sobrevivência. O que precisamos? Precisamos de edital ou de atitude e luta? O que vem primeiro? Não podemos inverter as coisas. O financiamento público não pode calar nossa boca. São questões para refletirmos. Não podemos entrar na ciranda do colonizador. Não temos histórias muito felizes para contar. Precisamos discutir como tratamos economia e de que tipo de economia estamos falando. Quando falamos de economia solidária etc. Falamos de Rota de Escambo, para ressignificar o processo. Há valor imbutido, mas não necessariamente monetário. Há companheirismo, amizade etc. Não é quanta grana rolou, sim a rede de afetos. O exercício é se descolonizar e confiar, encarar a luta, como fizeram nossos ancestrais. Falar das atitudes palmarinas é se posicionar, é falar em autonomia, é pensar de um jeito diferenciado. Que tenha postura guerreira, que não abramos a mao para falar o que pensamos, seguindo o que os índios fizeram, ao se posicionar em relação à como está andando o processo da Convenção 169. queremos nos apropriar de tudo, mas não para ter acesso, mas sim para ter controle absoluto. Temos que pensar de outro jeito, não necessariamente contra nada, mas a favor do nosso jeito. A nascente é o que vale. Essas experiências são conteúdos de informação, temos que pensar nossos encaminhamentos.

Proposta de pensarmos em um grupo que foque nesse tema, território, e reunir esses conteúdos e repasse para o coletivo. Ver materiais de todos que possam ser sistematizados, digeridos e multiplicados.

Rosana Dentro desse contexto, é válido pensar na aproapriação das comunidades nessas legislações, como uma forma de se apropriar desses questionamentos nesses locais. O processo das comunidades caboclas já é validado, eles já estão nesse trabalho de georeferenciar o território, de patrimônio, elaborando esses documentos técnicos. O mapa é uma representação que fazemos no espaço. No RTC, aparece todas as áreas de uso da propriedade. Os institutos de terras são obrigados a fazer isso, mas é diferente do que a Cartografia social se propõe a fazer, pois leva em consideração o que a comunidades considera importante. Essa questão influencia nas possibilidade de fontes de financiamentos. A escola Florestan Fernandes aceita representantes do movimento. A rede tem um desafio. Não podemos imaginar que atualmente o modelo de palmares vai acontecer exatamente igual. Temos que procurar modos diferentes de viver e resistir, mas dentro do que é possível em 2013. Ex.: convenção 169 da OIT. Como vai ser essa construção? Como isso interfere nas comunidades? É uma discussão que você tem que se posicionar. A gente precisa achar como nos sustentar. Se não tivermos financiamentos dos projetos, como podemos nos organizar? É uma questão de sustentabilidade pensar em autonomia. Mapas do Incra tem diferença com os mapas georeferenciados.

Evento na USP com Arruti sobre sobreposição de áreas, dia 28 de agosto.

Yashodhan Ficou um pouco assustada com a dimensão da questão. A Comunidade possui 4,8 hectares, mas tem fontes de água. Ao redor há monocultura de eucalipto e acácia. Mas eles não tem tantas informações para poderem se aparelhar no sentido de fortalecimento. Temos que lutar com nossas pernas. As nossas pernas nos levam mais longe do que nossas correntes. A importância de pautarmos que as políticas sigam nossos critérios.

Temos que ter cuidado com o significado das palavras. Economia vem de casa – Ekos. O dia foi muito intenso, e o debate foi importante pois remeteu à realidade. Agora temos que pensar como trabalhamos isso. Esse encontro deveria ser um ponto de partida para outro encontro. No encontro anterior tivemos um debate sobre territorialidade, com o baobá no centro. Temos que rememorar o que já falamos, e ver os encaminhamentos. Sabemos que a coisa é séria, há um projeto que faz com que não assumamos a nossa posição. Ficamos correndo atrás de editais, mas precisamos recuperar o nosso poder, precisamos refletir sobre o nosso território. Sairemos daqui incomodados e isso é bom. Antes estavamos num clareamento cego e temos que sair disso.

Sobre o questionamento feito de quando o edital da seppir acabar, o que faremos? A resposta é : a gente vai ser rede ainda, vamos fazer mesmo assim. Eles não estão nos dominando. Nao somos bobos. Se não fosse o edital da seppir talvez demorássemos mais, mas iríamos chegar. E não podemos ser ingênuos de achar que em Palmares não havia conflito, traição. Isso não é romancismo, é um jeito de acreditar na nossa luta. Lutamos pelas nossas pernas, não pelas correntes. As correntes foram uma invenção, nossas pernas são muito mais antigos.

Fábio Não queremos edital que venha pronto, queremos construir juntos nossas demandas. A gente fica acessando projeto, para entrar dinheiro, e acaba desarticulando a comunidade. o projeto só vai selecionar o melhor dentro do projeto da instituição. Como eu faço esse processo sem deixar meu povo alienado?

OBS: Titi e Nilce possuem materiais, podem disponibilizar, bem como os outros. www.prosanaserra.com

Atividades práticas: durante a tarde (divididos em grupos)

  • Identificação e criação do herbário:

Orientações e direcionamento de ações pelo Sr.Alcides, no que diz respeito às propriedades medicinais e espirituais das plantas(mudas e sementes que foram trazidas pelos participantes de cada núcleo), auxílio importante para a catalogação desse material. Juntamente com a criação do herbário em "espiral" com as orientações e ações de mestre Jorge Rasta, onde se teve a identificação das mudas em forma de etiquetas, som de tambor e cânticos espirituais relacionados às energias que aquele momento representava.

  • Oficina de apropriação tecnológica:

Introdução na parte teórica sobre software livre, conhecimento de maquinário e suas funções. Oficina orientada pelo Ike e Guine.

  • Revisão da programação dia seguinte:

- Durante o dia a pauta sobre Telecentros BR

Sugestão PC: Fazer uma carta sobre a conversa sobre Telecentros BR, à ser protocolada. Registrar o áudio das atividades e transformar num áudio que pode ser baixado pela web.

Sugestão coletiva: Siconv e elaboração de projetos de tarde, defensorando.

07/08/2013

-Atividade realizada pela manhã, reflexões sobre as ações e dinâmicas provocadas pelos movimentos, reorientação de nossas ações.

Mankala: Dinâmica sobre o jogo africano, participação em grupos, onde o objetivo era atentar para a lógica de movimentos e percepções desses movimentos em relação ao “ser e agir do nosso jeito”.

-Atividade durante a tarde e noite

Oficina de Blender: com Gelo e Guilherme Transmitido através do link compartilhado “socializando saberes.net.br” com Angelo (Gelo). Apresentação inicial, ferramenta através de software livre, geração de conteúdos audiovisual na edição de vídeo, diálogos e debates à respeito da construção do conteúdo à ser editado, publicado, de forma comunicativa, pedagógica e política.

Gelo Preocupação com ferramentas que possam nos auxiliar a elaborar conteúdos, é possível trabalhar com vídeo, conteúdo 3d e animação: blender substitui um monte de antigos softwares que funcionavam espalhados; com o blender, é possível em um mesmo programa fazer a captura, edição de vídeos, numa ferramenta que funciona bem em diferentes plataformas: "liquidificador" de coisas. Um software proprietário que teve seu código liberado. A proposta é mostrar uma animação relacionada à Rede Mocambos. Dá para acrescentar vídeos, espalhados pelo espaço. Podemos fazer nosso próprio mapeamento, representando os elementos do território em vídeos espalhados na animação. O blender tem 70 mb, podemos baixar tbm em pendrives um tutorial / guia de primeiros socorros.

[apresentação do ambiente virtual] Navegação num quilombo em vários ambientes; visão da Arara. Podemos criar qualquer tipo de narrativa, de personagem, dá para pensar em qualquer tipo de ferramenta, que podemos usar a favor do que queremos mostrar. A ideia é instigar a criatividade e estimular para o uso dessas ferramentas, para que possamos multiplicá-la, numa cultura mais esparramada, veloz e dinâmica, de mais gente mexendo e usando. Muitos jogos podem ser simples, mas tem também o seu valor, mesmo que não tenha aquele apelo gráfico “estonteante”. Há muitos tutoriais disponíveis, o como fazer não é o principal bloqueio, mas há mais coisas que ainda nos bloqueiam (blender.org). É uma algema muito bonita, que te prende.

Há vivências bem importantes, como essa, que nos dá cutucões que nos deixam mais instigados a mexer nessas ferramentas. - por que não questionamos que no lugar de matar as velhinhas no videogame, não podemos falar dos tambores, orixás... conteúdos multimídia com questionamentos políticos. Temos que romper as acomodações.. quando se juntam 20 pessoas numa sala, saem 20 vetores para romper esses vícios, essa acomodação. temos que sair daqui cutucando primo, sobrinho etc. se minha praia é mais a música, nao importa, pq cada pessoa tem uma praia, mas há uma série de possibilidades,direcoes. se tenho uma limitacao em algum campo, noutra tem uma virtude. todas as praias estão aqui, pode ser música, vídeo etc. Implica em conhecimentos sobre física, matemática e outros.

Disponibilidade: vai alem de poder baixar ou não. blender, tudo lá dentro está em BOM português, pq acesso à lingua inglesa é um bloqueio para muita gente. "Me usem, por favor! "desenvolvimento descentralizado. ciclos de desenvolvimento, que redundam em novas versões regulares. junto com isso, promovem filmes abertos, já está no 4o. ano, onde toda animação que é feita, todos os arquivos que compõe o vídeo estão disponiveis. Arquivos, fontes, personagens, pode-se dublar etc: você é convidado a mexer, ver por dentro e alterar. recombinacao é muito acessível, não precisa fazer tudo do zero. pode ser uma pintura de uma imagem, um conjunto de quadradinhos etc; são imagens, ilustrações vetoriais. É menos usado na arquitetura estrutural, mais voltado para navegação.

-(explicativa para Jorge) Sim, é muito apropriado. No programa há uma estrutura muito parecida com um cinema: uma "camera", um ponto de vista. A imagem pode ser "filmada" de um ponto de vista. Pequenos sólidos, variantes que reproduzem objetos. Pode-se carregar um objeto inteiro do inkscape por exemplo, fazê-lo girar, jogar uma luz etc.

-(explicativa para Yashodhan) Eu entro no projeto e importo os arquivos que quero puxar para dentro do meu projeto, muito tranquilo de recombinar. já existem bibliotecas compartilhadas de coisas pré-modeladas, pré-combinadas. ex. "preciso de um martelo", é muito provável que ele já exista, já tenha sido feito. No primeiro menu de usuário, tem "user preferences", com várias coisas para voc6e customizar. Em "sistema", há "international fonts", português. Depois, definir o que vc quer que traduza, se só interface ou se outra coisa tbm. Dicas tbm, etc. E é um português tecnicamente correto. e é importante salvar como padrão para que da próxima vez volte a ser assim.

-(explicativa para PC) Não, é nativo do programa. o padrão do programa é: uma camera, um objeto e uma cena. E você vai tirar uma foto em dado momento, o que é o padrão dos programas de animação. Ao invés do cubo que está no exemplo, poderia colocar um texto etc, que vou levar para uma edicao, por exemplo de vídeo. pode-se alterar a disposicao das janelas, dividi-las em duas, ter tantas janelas quanto bem entender; para tarefas diferentes, disposicoes diferentes, mas sao as mesmas funcoes. organizo linearmente áudios, videos etc, e vou dispondo em camadas ou sequencial. o que estiver em cima vai aparecer; videos áudios ou algo que criei no 3d. O que foi feito em traduções foi a parte mais estrutural; hoje em dia há suporte para línguas não ocidentais, que tinha problemas graves até há pouco. atualmente isso está resolvido, falta a tradução propriamente dita. que propiciou a acentuação em todas as línguas, a internacionalização de fontes, que agora é universal.

-(explicativa para Milson) Você adiciona direto na linha de tempo.

Vou mostrar um grafismo, um longa metragem sobre a batalha da maria antônia (1968). somente com fotos da época, e foi feito um grafismo em cima. outro projeto que estou desenvolvendo: um mecanismo de inclusão para deficientes auditivos, pessoal que tem como língua primária a Libras, e segundo de português. No Br, ao menos 4 milhões, e a parcela não alfabetizada é bastante grande. [um interprete que fala todas as palavras e sons que existem, armazenados e que são adicionados a um banco de dados, para um tradutor, com possibilidade de adicionar expressões regionais/locais.] outros projetos são ligados a espetáculos teatrais da cenografia, de dança. é uma ferramenta bem integrada com gimp, inkscape. você pega as camadas do gimp, os objetos do inkscape. posso carregar um vídeo e posicionar exatamente onde quero, como referência de onde colocar as coisas. É possível colocar um vídeo em cada face do objeto. muito flexível com formatos de som e de vídeo. pode por tudo lá dentro que ele carrega, e dá saída em nos formatos que quiser.

Texturas: podem ser aplicadas a objetos, ser de vários tipos. texturas que tem parâmetros (texturas procedurais), mais finas, mais grossas, que podem ser modificadas. uma das texturas possíveis é a do tipo imagem ou filme. ex, pode colocar imagens diferentes em cada face do cubo; a mesma imagem de formas diferentes etc. Para adicionar um movimento, colocar uma marcação na linha do tempo, insere uma localização (i), no instante numero 1; em instante futuro, ex, 61, leva o cubo para outro lugar, e move o objeto; aí ele faz o meio do caminho automaticamente. Pode-se alterar rotação, velocidade etc. há pequenos modificadores já prontos, como efeitos de textos.

TC Conteúdos com essa linguagem ampliam as ferramentas dos jovens e crianças e faz com que eles vão além de um jogo de videogame normal, pois podemos montar nosso próprio jogo, é interativo. Mas também pode ser potencialmente alterado pelas crianças/jovens na medida em que é software Livre, pode ser reprogramado. A ferramenta que permite construir seu território, onde os jovens podem fazer um papel essencial. Os jogos atuais não dão conta de falar da nossa realidade. Nos jogos tradicionais, a criança atua no território do outro, que não tem identificação. Se a criança pudesse fazer o que eles pensam, sua visão de mundo, uma verdadeira interatividade. Essa ferramenta é tão potente que já tem sido usada pela grande indústria, pois é estratégica. Não podemos deixar que dominem ela, temos que ter conhecimento sobre ela.

A questão é de apropriação. Nos oferecem várias coisas, mas não temos a possibilidade de escolher sobre o que queremos. Animação sobre o berimbau, feita por alunos do canadá. Houve uma expropriação da capoeira com muita intensidade. Logo vamos ter que criar cotas para a capoeira para os negros. Isso é a expropriação da capoeira. Secam o mestre, pq ele é valorizado lá fora (na gringa) e expropriam os conhecimentos. Essa ferramenta (blender) está aqui para discutirmos conteúdo, porque as ferramentas garantem para nós autonomia etc. Está disponível sim, o não uso talvez se dê pelo nosso não conhecimento. ou pela falta de percepção estratégica do momento. as possibilidades são infinitas. está assim pq não é para ser vendido. É uma ferramenta mais difícil, mas é possível.

Armazenamento é uma questão. Fernão está junto com o vince no desenvolvimento do baobáxia. Junior tbm está pensando nessa questão do armazenamento. Muita gente hoje tem problemas de onde deixar as coisas, pra que elas não fiquem espalhadas por aí.

Stalman: podemos entender que o homem seja dono da terra, mas não podemos aceitar que seja dono das ideias Software Livre: escola, as crianças primeiro. Daqui da Tainã já saíram muitas pessoas muito boas no assunto. a coisa pode parecer difícil para nós, mas para a molecada não é. A mudança é muito rápida. Escola não acompanha. Empresas se apropriam não a nosso favor, mas para nos manter cativo, como o celular, facebook etc. desenvolvimento muito rápido ao redor do mundo. "medobytes" - muita energia que é gasta para proteger os códigos, por isso são tão monstruosos. "o escambo não se abala com a bolsa de valores". muitas empresas mudaram para o SL, mas o SL não está se lixando para o inverso.

Jorge A violência de jogos como GTA: os jovens podem usar suas habilidades para fazer jogos muito mais interessantes. Foram afastados os mestres que não tinham cursos de educação física. Preciso fazer uma chamada de um evento de cinema. posso fazer um rolo de filme rodar, uma vinheta? (Gelo explica)

Fernão Mudança está em deixarmos de sermos um simples usuário, consumidor, e ponto final. É uma posição de passividade. Mas o software livre permite que todos que usem sejam donos também. O rádio, por exemplo, deixou de ter a função de receptor e transmissor, só ouvimos, não podemos interagir. Há um caráter de sedução em alguns aparelhos. A apple está com um aplicativo para bloquear informações e postagens feitas via ipod. É um aparelho muito bom, mas você está na mão deles.

O princípio de que tudo deve estar sempre conectado pode ser quebrado. E nem tudo tem que estar na rede deve ser compartilhado.(Baobáxia)

Guilherme Informações sobre como usar devem estar disponíveis e bem documentadas, para serem acessíveis. Já fiz 2 vídeos de 20min, tutoriais, de como editar vídeos. vou passar para vocês. Pensando nas cameras novas, que produzem todas em MTS, em todas elas tem-se que fazer um render, decodificar antes no uso de programas como FinalCut ou Premiere. Pode-se tbm fazer a edição somente com os arquivos em baixa e na renderização fazer em alta.

[apresentando um projeto de blender] é uma linha do tempo, onde colocam-se as fontes, que aparecem no visualizador. A interface é mais simples, essa [que está mostrando] é já trabalhada. A interface padrão é a da animação 3d. Conseguir fazer toda a linha de producao do vídeo dentro do mesmo programa (montar e renderizar dentro do mesmo programa).

blender: quem quiser trocar ideia, estou no skype, é o guilherme (que fala pouco e escuta mto)

Yashodhan Software livre: as vezes vc lança uma pergunta e recebe mil respostas. Eu adiciono os arquivos no projeto, como faço? Como colocar em português? (Gelo explica)

Ike Banto O que bloqueia? Não é o acesso ao conhecimento, nem o potencial do software, mas então o que é? Não só em relação ao blender, mas em relação ao software livre.

PC Afrosul teve mais contato com programas de músicas, mas o que proporcionou trabalhar de fato com software livre, não só com os jovens mas também com os griôs, que cobraram a importância de entrar nesse processo. Não pode morrer na gente, temos que sair daqui e multiplicar. E mesmo que eu não consiga fazer, outros conseguem.

Para acessar essas telas precisa baixar algo? linguas disponíveis são as de onde há desenvolvimento. Por exemplo, não há línguas africanas.(Gelo explica)

Titi É uma revoluçao tudo o que já fizemos. Na luta a documentação é muito importante, colocar nossas demandas para o mundo também fortalece. Nos não temos nem internet lá mas entram 40 pessoas no site da comunidade de 200 pessoas. é muito! sou brava com a questão de nao usarmos isso, e o SL, blender e outras ferramentas estão aí. é só deixar aí, estudar. se dá algum problema, há fontes alternativas de estudo, mesmo sem internet. é uma ferramenta a mais. eu sou cinquentona e tou aprendendo diariamente, encho o saco das pessoas, mas vou.

TC / PC Vamos subir isso tudo para wiki, os tutoriais, e para a Dandara

Milson como adicionar vídeos? (Gelo explica)


OBS: A oficina seguiu com uma série de perguntar e respostas, mais difíceis de relatar, já que há referências à imagem do datashow. Finalização / debate


Produção de conteúdos: Propostas e ações que otimizem e viabilizem a estrutura funcional do que viria a ser a Baobáxia (sistema de dados distribuídos, eventualmente conectados), no sentido de compartilhamento de informações, coleta de dados, organização dessas trocas em Rede. Organizar, armazenar, sistematizar o que está na Dandara.

  • Gestão de conteúdos
  • Organização sistemática: material bruto
  • Critérios de publicação e compartilhamento: princípio da distribuição de conteúdos, o que ser ou não ser público.
  • Proposta de relato, em relação às perspectivas de múltiplos repositórios (acervos)
  • Administração da web de forma sustentável, controle do território
  • Conservação (armazenamento) do acervo, para evitar a perda de informações, documentos
  • Propor alternativas de metodologias, para que se possa estabelecer o desenvolvimento de acervos e ferramentas, no compartilhamento da Rede (Dandara).

Internet, não queremos só acessar os recursos, mas questionar também a necessidade do recurso e de que forma ele deve ser usado. Fazemos um uso para além da necessidade que temos de alguns elementos, como a internet, o celular e outros. Temos que aprender um outro caminho, mais do nosso jeito.

08/08/2013

09/08/2013

10/08/2013

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