NFCs/Casa Ferreiro de Deus

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Conteúdo

Casa Ferreiro de Deus

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo
se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

Só o amor molda o ferro!!


Nome Civil nome iniciatico Hierarquia data da iniciação/confirmação cargo no CCA MA contato
Maria Venina Ibossyi Ya lorisá Exemplo Coord. Geral veninadeogum@gamil.com/98 99340260
Talma Maria Alabossi Ebome Exemplo Exemplo 98 8706-4779
Willian Neto Olobeji Exemplo Exemplo Exemplo exemplo
Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo exemplo
Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo exemplo

Georeferenciamento

O Ilé axé algbedé olodum maré (casa ferreio de deus), cedia varios nucleos importantes de lutas sociais para o povo preto, é no Maranhão é o Nucléo de formação continuada da Rede mocambos e tem como papel ser mobilizador dos demais nucléos da rede. Conheca um pouco mais de nossa casa em http://mapa.mocambos.net.

Mapeamento do Cartografia social da amazonia

Anais da 64a Reunião Anual da SBPC – São Luís, MA – Julho/2012

NARRATIVAS DE MAPA: REFLEXÕES SOBRE A FEITURA DA CARTOGRAFIA
SOCIAL NO TERREIRO ILÊ AXÉ ALAGBEDÊ OLODUMARE.

A presente exposição tem a intenção de provocar reflexões acerca do processo de feitura de cartografia social em comunidades tradicionais, levando em consideração, sobretudo, os aspectos do saber tradicional acionado na narrativa de mapa do terreiro de candomblé denominado Ilê Axé Alagbedê Olodumare, situado no Residencial Zumbi dos Palmares, Paço do Lumiar, Maranhão o grupo participou da experiência na produção do fascículo de número 27 “Ilê Axé Alagbedê Olodumare: povos de terreiro” da série: movimentos sociais e conflitos nas cidades da Amazônia, 2009. Afinal, a primeira questão a ser pensada e levada a discussão segue preliminarmente a indagação sugerida por Henri Ascerald2 em “Cartografia Social e Dinâmica Territorial: marcos para o debate”, o autor sublinha uma das considerações mais relevantes para o presente estudo, “quem mapeia quem”, de acordo com essa pressuposição a pesquisa empírica guia-se sobre os aspectos históricos e os marcos do uso do mapa como elemento complementar a etnografia3. Benedict Anderson em “Comunidades Imaginadas” relata três instituições as quais delineia a projeção do poder do Estado nacional ao longo dos anos: o mapa, o censo e o museu. Nesse estudo me atenho a discutir a construção e o uso dos mapas e a maneira como se tem sido percebido diante dos estudos de comunidades tradicionais, nesse caso, os povos de terreiro.

No caso Tailandês, o referido pelo autor expõe a inexistência das fronteiras no
mapa. O uso dos mapas surge em meio ao discurso colonizador o qual serviria para
demarcar uma fronteira, exclusiva e contida entre outras soberanias. Ao longo das

Graduanda em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Maranhão, estagiária do Laboratório do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia, Iniciada bno candomblé filha do terreiro Ilê Axé Alagbedê Olodumare, colaboradora do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia. 2 Cf. ACSERALD, Henri. Cartografia Social e Dinâmicas Territoriais: marcos para o debate. Rio de Janeiro. IPPUR/UFRJ, 2010. 3 O texto é parte de minhas reflexões construída para trabalho de conclusão do curso de ciências sociais-UFMA. 1 décadas o Estado vem declinando o com seu ‘poder’ centralizador de delineador das fronteiras imaginárias e de classificação totalizante. O processo de feituras do mapeamento social do terreiro implica na delimitação simbólica do território pelo grupo. “A territorialização simbólica operada pelos mapas traz consigo reivindicações de materialização de limites entre diferentes formas de uso de terra” (ACSELRAD, 2010, p. 18). Sugeridas as diversas formas de ver e entender o mapa e sua territorialidade. Na narrativa do mapa, tenho percebido como instrumento completar a etnografia, objetivando as narrativas a partir do olhar científico, mas, sobretudo do olhar de “de quem olha de dentro” do grupo, já que, “as vantagens sociais daqueles que nascem num campo, esta precisamente o fato de ter, por uma ciência infusa, o domínio das leis imanentes num campo” (BOURDIEU, 2004). Considerando minha inserção no grupo por meio do processo iniciático, o qual cabe a participação do agente social as atividades parciais do grupo, não me faz conhecedora de todos os signos, ritos, significados, mas contribui de maneira significante ao trabalho de campo. A pesquisa empírica consta ainda com as dificuldades encontradas no plano da relativização da pesquisa imbricado de conceitos, representações e conhecimento próximo. As representações incutidas na cartografia social do terreiro apresentam as diversas formas de saberes acionado pelos agentes sociais ao saber lapidado por teorias e levados as universidades que nem sempre dão conta das explicações acerca do objeto de estudo. A “conclusão do fascículo”4 cabe ainda, reflexões e entendimento do uso do recurso da cartografia social ao entendimento do mundo social e do território dos agentes sociais envolvidos na produção de mapas situacionais. A feitura do fascículo e a descoberta do mundo dentro de um mundo Na produção do fascículo as indagações acirram para além do discurso neutro da ciência. Apresentarei a atividade de pesquisa, primeiramente, na concepção de busca, da descoberta seguida das reflexões mediadas por aspectos teóricos, tentarei de forma 4 A discussão envolvida na produção do fascículo não se encerra com o material impresso. Apresenta novas perspectivas em torno das diversidades e territorialidades dos grupos. Cf. LAGES, Lara. “Uma alternativa de alternativas”: Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia como um espaço para a comunicação de populações tradicionais. Intercom. 2 principiante apresentar os elementos simbólicos do grupo inerentes nas representações, narrações e, sobretudo o espaço territorial objetivado em movimentos sociais e identitário construídos para a feitura do fascículo. O processo de cartografia social no terreiro Ilê Axé Alagbedê Olodumare iniciou-se por volta de meados dos anos 2008, com a presença de pesquisadores do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia-PNCSA5, asseverando o olhar atento do povo daquele terreiro sob as ações dos pesquisadores, já que, o grupo discutia constantemente a presença de pesquisador nesse espaço, nas discussões frequentemente ocorridas no terreiro e em espaços diversos, percebi ao longo da pesquisa, constante desconfiança do grupo relacionadas a seus critérios éticos, mesmo considerando a ampla divulgação dos ritos internos do culto aos orixás no Brasil. Nesse sentido, a presença de pesquisadores externos ao grupo provocou desconfianças e estranhamento aos agentes sociais, somente com o passar do tempo, das longas explicações às quais elencavam a relevância do trabalho e minha incorporação ao grupo de pesquisadores permitia de certa forma a confiança entre os agentes sociais/ pesquisadores. Inicialmente o trabalho de pesquisa foi apresentado aos agentes sociais do terreiro em duas reuniões, seguida pela oficina de GPS (Sistema de Posicionamento Global) por pesquisador do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia, seguido por entrevista as quais por vezes intimidadas pelos agentes sociais. As reuniões aconteciam entre os agentes sociais sem a presença dos pesquisadores nas quais fui delegada pelo grupo a função de ‘coordenadora da pesquisa’. É porque o representante existe, porque representa (ação simbólica), que o grupo representado, simbolizado, existe e faz existir, em torno, seu representante de um grupo (BOURDIEU, 2004). Bourdieu em “A delegação e o fetichismo político” apresenta as diversas faces da delegação de poder a um individuo. O grupo ao delegar a função de representante consta na confiança da fala de iniciado e presente em atividades de pesquisa?. Mas o que leva um grupo delegar poder de fala a um agente social?. O significante não é apenas aquele que representa o grupo 5 Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia, tem por objetivo mapear esforços mobilizatórios dos movimentos sociais descrevendo-os e georreferenciando-os, privilegiando a diversidade cultural, as identidades coletivas objetivadas em movimentos sociais. Coordenado pelo antropólogo Alfredo Wagner Berno de Almeida e antropóloga Rosa Elisabeth Acevedo Marin. 3 significado; ele é aquilo que declara que ele existe (Bourdieu, 2004). Considerando a delegação de poder, pode-se atenuar o conhecimento parcial das regras, dos códigos de conduta do grupo capaz de agenciar de maneira legível a minha representatividade?. A pesquisa perdurou aproximadamente um ano até a publicação do fascículo, com pesquisa de campo, observações participantes, visitas dos pesquisadores a rituais públicos do terreiro. Nas entrevistas acompanhei o caso da historia do surgimento do bairro Residencial Zumbi dos Palmares, relembrado pela liderança da cooperativa habitacional da época do surgimento do bairro coma alusão a luta de resistência ocorrida em Palmares. Segundo a senhora Creuzamar liderança do movimento por moradia da época relata a forma da organização: sem-tetos, trabalhadores urbanos na década de 90 do século XX, a ocupação do bairro Cohatrac V, São Luís, foi silenciada por fortes retaliações do governo do Estado do Maranhão. Os incentivos dos manifestantes fez-se acontecer uma audiência pública com o governo do Estado o qual se comprometeu a cadastrar famílias no programa Habitat Brasil. Nessa perspectiva o bairro Zumbi dos Palmares emerge em meio a conflitos sociais, étnicos. A área destinada às casas dos “ocupantes” do Cohatrac V “era muito longe, e acabou virando um bairro dormitório” (Creuzamar). Constitui-se de inúmeras assembleias deliberativas, em umas dessas a senhora Creuzamar, Luisa, Rosanilde assumem a direção do movimento onde o grupo começa a considerar o bairro como representação do quilombo de Palmares associando-o a o lugar de luta e resistência negra. No Residencial Zumbi dos Palmares as ruas são associadas a lideranças negras, a guerrilheiros, cantores e as matriarcas do Terreiro de Nagô e a Casa das Minas. Dessa forma, a contribuição para a feitura do fascículo não se encerra ao grupo do terreiro, mas também a lideranças da época da ocupação do território. A demarcação do território feito de GPS pelo grupo do terreiro consta que, os limites geográficos estabelecidos pelo Estado transcendem as fronteiras impostas. A cartografia social acaba por legitimar o território reconhecido oficialmente pelo Estado como bairro Vila Celeste e as ruas associadas a nomes de santos católicos como Avenida São João, Avenida São José dentre outras. Para Barth (2000 26): “as distinções entre categoria étnica não depende da ausência de mobilidade, contato e informação, mas implicam efetivamente 4 processos de exclusão e de incorporação, através dos quais, apesar das mudanças de participação e pertencimento ao longo das histórias de vida individuais, estas distinções são mantidas”. Essas distinções estão visíveis no mapa elaborado pelo grupo, o sentimento de pertença os faz compreender o terreiro não como uma “ilha” isolada vivendo separadamente de outras sociedades. Embora o mapa legitime o grupo socialmente, não tem o poder de apresentar a sociedade por completo, mas expressa e redesenha o território legitimados pelo grupo. O terreiro surge em meio às sugestões das lideranças, ressaltando a relevância de um terreiro na comunidade, de acordo com Creuzamar “sempre tiveram o compromisso de fazer o resgate da cultura afrodescendente”. As narrativas históricas do grupo revivem a memória social dos agentes envolvidos na luta por moradia e na configuração dos espaços sociais. Em meio a produção do fascículo amiudaram as visitas dos agentes a sala do grupo de estudos socioeconômicos da Amazônia no centro de São Luis a assegurar a não distorção da confecção do mapa do território. Quando o mapa ganha vida: narrativas da vida social do grupo. As narrativas consistem na complementar tarefa de entender como o grupo percebe os pontos e o território demarcado para o mapa. As narrativas não substituíram a etnografia tradicional, no entanto, pode servir complementarmente ao olhar da ciência. As entrevistas sugerem o olhar e defesa do território como legítimo de uso dos recursos naturais, relações institucionais, terreiros, igrejas dentre outras. Nas entrevistas semi-estruturadas notei a presença do deslocamento dos agentes sociais, narrativas míticas dos lugares da busca das ervas utilizadas para rituais. De acordo com William a demarcação da área onde se encontra o tucueiro, a eficácia simbólica é facilmente operacionalizada sobre o uso das palavras “nos perdemos dentro do mato perto do terreiro, um lugar com pouca presença de grandes árvores, mas minha irmã falou coisas que não devia, ela disse: e agora ogum cadê tua espada?”. O mapa narrado pelos agentes sociais elenca a relevância do território pensado coletivamente em nome da ancestralidade e dos movimentos sociais. Na fala de Milson os espaços marcados foram pensados coletivamente num momento relativo a intolerância religiosa dos evangélicos com o povo do terreiro. Na narrativa do agente social citado, 5 inicia a exposição do mapa falando do ícone terreiro, explicando a importância do canteiro de ervas de como é usado, seguido do tucueiro passando para o ícone referente ao local de ervas, ebós6 plantas ornamentais. Não fala do ícone da igreja católica e diz da falta do mercado. Ao ser interrogado sobre a relevância do mercado e não da igreja, entende-se que o mercado é revestido de energias simbólicas capazes de restituir o significado da vida social do povo de terreiro. Simbolicamente o território pensado e repensado apresenta as dissensões e na vida social do grupo. Portanto, o fascículo para o grupo visibiliza os povos de terreiro. Hoje produto de reflexões acerca do surgimento do bairro, das mobilizações, da ancestralidade do grupo. Por fim, ao encerrar a presente discussão, ressalto ainda o poder do fascículo nas construções teóricas dos territórios, entendidos não apenas sobre o olhar teorizado do pesquisador, mas, sobretudo da interpretação dos agentes sociais sobre si mesmos. 6 Oferta ritual, característica da troca simbólica de energias. 6

centro cultural alagdedé

Terreiro como responsabilidade social no Maranhão.


O Centro Cultural Alegbedê, fundado em 13 de julho de 2005 é uma instituição sem fins lucrativos que tem como objetivo atuar em benefício da comunidade Zumbi dos Palmares no Município de Paço do Lumiar, no intuito de fortalecer a tradição cultural de matriz africana, no âmbito cultural (como música, dança, historicidade) e no âmbito religioso. Além disso, o centro cultural tem a finalidade de desenvolver ações de caráter social: como saúde, educação e lazer, como forma de minimizar as discrepâncias sociais características da localidade, que possui uma população em sua grande maioria formada por famílias negras com poucas perspectivas de melhoria no que diz respeito a qualidade de vida dos mesmos.


coordenações

Residencial Zumbi Dos Palmares

Juventude negra e de Terreiro

Artigo 5º da Constituição Federal
 VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos
 e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias...


O residencial surge da luta por moradia, Organizado por divers@s lideranças do movimento negro. A principio a ocupação seria no Bairro do Quatrac depois de varias negociações embates com a força policial, tiros e espancamentos, os militantes forão remanejado para redondezar do paço do lumiar, onde esta o residencial. A ideia dos organizadores do movimento de moradia, puchado por ess@s lideranças descidirão que todas as ruas terião nome de Icones Negros, Uma curiosidade é que no processo de escolha do nome "Resicencial Zumbi dos Palmares" foi acirada pois varias pessoas que erão de cunho religioso evangelico queria que o nome fosse "Vila Celeste" logo na votação o numero de pessoas que votaria nesse segundo nome, estama em quantidade significativamente maior. Mais por escolha da maioria o nome ficou em homenagem a maior pesonalidade da luta do povo preto, a comunidade é conhecida por todo como Residencial Zumbi dos palmares.

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