Projeto"Capixabas na rota dos Baobá"
Projeto "apixabas na rota dos Baobá" APRESENTAÇÃO O Coletivo Casa preta/Rede Mocambos (PA), formado por profissionais e ativistas das tecnologias, da comunicação e da cultura livres, atua com as entidades negras, quilombolas, indígenas, movimento cultural urbano e pontos de cultura há quase três anos. Este coletivo reúne artistas visuais, musicais, educadores e educadoras tecnológicos, agentes da comunicação livre, que atuam em vários estados do Norte e Nordeste, tendo atuado em projetos governamentais, ONG's e outras instituições em projetos de democratização de conteúdos e meios de produção cultural. Acreditamos então que a realização do projeto “Capixabas na rota dos Baobás” concorrerá para incrementar a experiência do Mirante e os pontos que faram parte do projeto, em produção musical, sua interação e troca com grupos de cultura popular e moderna de outras regiões do estado, bem como fortalecer a parceria com ativistas culturais do Sudeste e de outras regiões do país, através do fortalecimento das relações com a Rede Mocambos e o Coletivo Casa Preta (PA).
Registrar, em colaboração e interação com o Ponto de Cultura Mirante, a produção musical de pontos de cultura de matriz africana, quilombola, indígena e comunidades urbanas participantes da Rede Mocambos no estado do Espirito Santo, experimentando técnicas de gravação, mixagem, edição e finalização de áudios para publicação em CD's, Podcast e na internet. Através dessa produção o projeto contribuirá com as estratégias de elevação da auto estima e distribuição de bens culturais de comunidades negras quilombolas, indígenas e comunidades urbanas em um processo de produção de áudio avançado, utilizando ferramentas livres - software livre.
A necessidade de subsidiar o registro de grupos culturais fora do circuito comercial é uma realidade em muitas cidades do país. Especialmente no interior, onde existem, ocultos, muitos grupos de grande força local e de riqueza cultural inestimável, que representam a essência da cultura brasileira, mas que ficam restritos à sua região devido à falta de condições técnicas próprias para registrar e distribuir seu trabalho. O projeto pretende envolver comunidades diretamente ligadas ao projeto da rede social Rede Mocambos (www.mocambos.net), por concentrarem conhecimentos da matriz africana que compõem o imaginário brasileiro e experiência na utilização de softwares livres para produção áudio visual. Além disso, essas comunidades precisam de suporte na apresentação de ferramentas de produção de bens culturais. As localidades de desenvolvimento do projeto serão escolhidas coletivamente a partir de critérios que levam em conta a necessidade de resgate de auto estima, e a valorização dos grupos musicais locais representa sem dúvidas um caminho de reparação para estes grupos cuja música inspira diariamente muitos dos músicos que estão em destaque nos cenários nacional e internacional. A partir do acesso e convivência com a tecnologia ocorrerá a incorporação de novas práticas e o surgimento de oportunidades. Hoje o Ponto de Cultura Mirante já trabalha produzindo materiais em áudio e vídeo, podendo se valer ainda de outras mídias, impressas, na internet, sempre utilizando metodologias baseadas na construção colaborativa, e licenciando seus materiais com licenças permissivas. Mantém uma sala de informática comunitária, que provê acesso e cursos à comunidade, e compõe a rede de Pontos de Cultura, se destacando como instituição com ações permanentes voltadas para as crianças e jovens de vários bairros da cidade de Vitória. Faz parte também da rede Mocambos, que articula comunidades quilombolas, indígenas, urbanas, rurais, associações da sociedade civil, pontos de cultura, oriundos de norte ao sul do país, conectados através das tecnologias da informação e comunicação (http://www.mocambos.net/). Como pode ser lido no sítio da rede, a Mocambos “é uma rede solidária de comunidades, cujo objetivo principal é compartilhar ideias e oferecer apoio recíproco. Os eixos principais da Rede são: a identidade cultural, o desenvolvimento local, apropriação tecnológica e a inclusão social. A ideia da Rede nasceu em quilombos, em particular em um quilombo urbano, a Casa de Cultura Tainã. Traz em seus fundamentos a ideia de articular as comunidades para que possam desenvolver seus próprios projetos, buscando a justiça social negada às comunidades participantes. O acesso à tecnologia, uma das frentes de atuação, vêm com a tarefa de promover a apropriação real de ferramentas e meios modernos de comunicação, para o uso autônomo e crítico, com valorização das culturas de cada local.” Em parceria com a Rede Mocambos, Ponto de Cultura Mirante e Coletivo Casa Preta(PA), o projeto selecionará pontos da Rede nas quatro regiões do estado do Espírito Santo. Para muitas dessas instituições, este será o primeiro contato com ferramentas digitais de produção de mídia, e o software livre é uma novidade mesmo para aqueles com alguma experiência no campo da produção computacional. Nesse sentido o projeto visa, além de uma produção de alta qualidade, promover a formação de jovens aprendizes em todos as localidades, na medida de sua participação nas sessões do estúdio que será montado e sua inserção no processo de produção. O Ponto de Cultura Mirante já atua com várias atividades voltadas para a produção áudio visual e iniciação artística com crianças, jovens e adultos interagindo com artistas locais através de oficinas e palestras. As atividades podem ser vistas no blog do ponto (http://pontodeculturamirante.blogspot.com.br/). Agora propomos ampliar a ação do ponto de cultura Mirante para conhecer outras comunidades ricas em cultura popular pela região sudeste do país, gravando material e preparando para publicação em cd e Podcast, disponibilizando- os na internet. Todo o trabalho será feito em organizações que compõem a Rede Mocambos, da qual o ponto de cultura escolhido faz parte. Este mesmo ponto será a sede para organização, pré- produção e finalização do material, e as sessões em todas as comunidades será acompanhada pelos monitores de tecnologia da Rede Mocambos e por músicos que compõem seus grupos culturais, ampliando as capacidades de atuação da organização, seus conhecimentos em produção de áudio, suas experimentações técnicas e estéticas e sua articulação.
O projeto pretende envolver comunidades diretamente ligadas ao projeto da rede social Rede Mocambos (www.mocambos.net), por concentrarem conhecimentos da matriz africana que compõem o imaginário brasileiro e experiência na utilização de softwear livre para produção áudio visual. Além disso, essas comunidades precisam de suporte na apresentação de ferramentas de produção de bens culturais. Considerando a atual configuração do mercado fonográfico brasileiro, a possibilidade de criar um estúdio com ferramentas livres de produção se coloca como uma alternativa fora deste mercado que não tem nenhuma participação popular na escolha de artistas e da forma de produção musical no país. Desta forma a valorização de produções de artistas e grupos locais, bem como o fazer plenamente apropriado da produção musical traz o engajamento na visibilidade de quem sempre ficou escondido, mostrando que é possível criar e fazer experimentações que enriquecem a produção musical no Brasil, revelando que não é necessário ficar como presa das grandes gravadoras que transforma tudo em mercadorias manipuladas e vazias que lhe dão muitos lucros. Tendo os pontos de cultura como catalizadores, este projeto pretende fomentar o estabelecimento de um espaço alternativo de produção onde todas as pessoas envolvidas tem pleno conhecimento de todos os processos podendo contribuir livremente; também se compromete em trabalhar a auto estima de pessoas que criam, que fazem arte e ainda não conseguiram difundir sua produção por falta de acesso aos meios de gravação de um cd, bem como sua divulgação na internet. Neste processo se difunde também, além da produção de artistas e grupos locais, o uso de ferramentas livres - com a criação do tutorial qualquer pessoa pode conhecer e utilizar a pesquisa de compatibilidade entre hardware e softwear livre. A proposta também vai assegurar que jovens apreendam o saber sobre tais ferramentas, sendo assim fortalece a qualificação profissional e o envolvimento desses jovens na difusão de ferramentas livres.
Público direto: 300 pessoas, entre jovens aprendizes, pessoas dos pontos de cultura e artistas e grupos locais. Público indireto: 1000 pessoas, entre pessoas que terão acesso ao material musical produzido, bem como ao PLANO tutorial de DE compatibilidade entre hardwear e softwear livre.
A partir da escolha de uma comunidade por região do Estado, em parceria com a Rede Mocambos, serão produzidas sessões de gravação para produção de cds de áudio nos pontos. Essas gravações serão mixadas e finalizadas no Ponto de Cultura Mirante, ES, num processo onde são convidados membros das comunidades que receberam as sessões de gravação. O Mirante participará também das sessões, construindo um diálogo cultural com as comunidades visitadas. O projeto será desenvolvido em 4 (quatro) fases distintas: Pré-Produção Nesta etapa, será projetado um estúdio itinerante específico para o projeto, através do levantamento e aquisição dos equipamentos que se adaptem à plataforma escolhida, o software livre. Esta etapa por si só já desencadeia um processo de pesquisa de compatibilidade entre equipamentos (hardware) da produção e os softwares que serão utilizados. Esta pesquisa de compatibilidade também será publicada para que sirva como referência na aquisição de equipamentos de outros Pontos de Cultura e outras instituições interessadas na utilização do software livre como plataforma de produção multimídia. Nesta fase também será realizada articulação para escolha dos pontos participantes da Rede Mocambos que receberão a comitiva de músicos e técnicos do projeto, na quantidade de um por cada região estado, envolvendo a própria Rede através do protagonismo do Ponto de cultura Mirante, em um processo que estimula o compartilhamento de decisões e ao mesmo tempo respeita as particularidades e prioridades da Rede Mocambos (www.mocambos.net). Esse trabalho será feito utilizando as redes virtuais, em conjunto com o Ponto de Cultura Mirante, que será a sede do projeto, onde será realizada a finalização do material para publicação. No total, serão quatro sessões de gravação. Produção Após a aquisição dos equipamentos e seleção dos locais, na fase de produção, serão montados por 10 dias em cada cidade ambientes de gravação de áudio. É nessa fase que jovens aprendizes das instituições envolvidas poderão participar ajudando nas oficinas de montagem do set de gravação e utilização dos softwares e equipamentos. Os estúdios serão montados de forma a aproveitar a estrutura física existente em cada uma das instituições parceiras, e, através da indicação delas será agendada a participação de grupos culturais locais para sessões de gravação no estúdio durante 7 dias, restando 3 dias para oficinas de mixagem onde o material será inicialmente trabalhado. Depois das oficinas de mixagens, a finalização e pós produção será realizada no quinto mês do projeto. Após este período será encaminhado todo o material para prensagem em cd de áudio, com projeto gráfico assimilando aspectos da cultura local. Essas sessões serão realizadas por oficineiros do Coletivo Casa preta (PA) e do Ponto de Cultura Mirante (ES). O coletivo de oficineiros poderá variar de uma sessão para outra, e será sempre composta por músicos e técnicos de som, que associarão seus conhecimentos com os participantes Finalização do de produtos local. e lançamento Os produtos serão finalizados em residência no Ponto de Cultura Mirante. A idéia é envolver participantes de cada ponto na mixagem, masterização e finalização do material produzido. O lançamento online envolve o licenciamento alternativo das obras e todo o conteúdo será disponibilizado através dos sítios web: http://coletivocasapreta.com.br/, www.estudiolivre.org, http://www.mocambos.net/ e http://pontodeculturamirante.blogspot.com.br/. Estes sítios agregarão músicas, tutoriais dos programas utilizados na produção e também a documentação dos lançamentos nas duas cidades e a pesquisa de compatibilidade hardware-software livre. Cronograma de execução Pré-produção Mês 1 1. Seleção dos pontos a serem visitados. Esta seleção se dará em parceria com a Rede Mocambos (www.mocambos.net), Ponto de Cultura Mirante e coletivo Casa Preta 1. Pesquisa de compatibilidade dos equipamentos. Esta pesquisa será publicada como suporte técnico aos pontos que quiserem, por si só, montar seu próprio estúdio de gravação de áudio. 2. Articulação com a Rede Mocambos e Ponto de Cultura Mirante para definição de pontos que vão participar do projeto. Mês 2 1. Aquisição de Equipamento do estúdio itinerante 2. Composição dos Roteiros das sessões de gravação 3. Produção nos locais das sessões Mês 3 1. Sessão de gravação 1 (Sul)- Seleção local dos grupos (a comunidade escolhida indica os grupos culturais que participarão das sessões de gravação), montagem do estúdio Capixabas na rota dos baobás e gravação com a utilização de softwares livres e documentação em vídeo. 2. Sessão de gravação 2 (Litoral Norte)- Seleção local dos grupos (a comunidade escolhida indica os grupos culturais que participarão das sessões de gravação), montagem do estúdio Capixabas na rota dos baobás e gravação com a utilização de softwares livres e documentação em vídeo. Mês 4 1. Sessão de gravação 3 (Noroeste)- Seleção local dos grupos (a comunidade escolhida indica os grupos culturais que participarão das sessões de gravação), montagem do estúdio Capixabas na rota dos baobás e gravação com a utilização de softwares livres e documentação em vídeo. 2. Sessão de gravação 4 (Central)- Seleção local dos grupos (a comunidade escolhida indica os grupos culturais que participarão das sessões de gravação), montagem do estúdio Capixabas na rota dos baobás e gravação com a utilização de softwares livres e documentação em vídeo. Mês 5 1. Mixagem e Masterização das sessões de gravação em processos didáticos: oficinas de manipulação de softwares livres para produção de áudio como qjackctl, ardour, jamin, audacity, puredata, zynaddsubfx, entre outros. Esses processos envolvem a comunidade e os jovens aprendizes do Ponto de Cultura Mirante. Mês 6 1. Finalização do CD do projeto. 2. Licenciamento e publicação de todo o conteúdo produzido em página web. 3. Replicação dos cds.
A proposta carrega em si um mecanismo de sustentabilidade ao trazer a criação de um tutorial sobre compatibilidade entre hardware e softwear livre, bem como em realizar a gravação das músicas de grupos e artistas locais relacionados aos pontos de cultura envolvidos. O tutorial possibilita que outros pontos de cultura, entidades e pessoas possam se informar e adquirir acertadamente equipamentos compatíveis com softwear livre, o que contribui para ampliar as produções nesta plataforma. O próprio estabelecimento do estúdio de gravação garante que diversos grupos e artistas possam realizar a gravação de seu trabalho, afim de difundi-lo, e também estimula a criação de trabalhos inéditos já que é possível registrar tais criações, para realizar posteriormente sua distribuição em espaços alternativos. A gravação das músicas possibilita que artistas e grupos envolvidos tenham um material para divulgar seu trabalho, difundindo sua produção em espaços onde já estão inseridos e em novos espaços. O envolvimento de aprendizes para a manipulação das funcionalidades do estúdio e das ferramentas do softwear livre é uma estrutura para a sustentabilidade do projeto, garante sua continuidade afirmando-se no empoderamento das ferramentas por tais jovens que podem multiplicar o que aprenderam com a realização de oficinas e a gravação de trabalhos de novos artistas e grupos PRODUTO interessados. FINAL PREVISTO 1. Realização de Oficinas de produção de áudio nas quatro comunidades participantes 2. Álbum Capixabas na rota dos baobás: coletânea dos registros feitos nos pontos visitados 2. Músicas disponíveis nos sites: www.mocambos.net , www.estudiolivre.org/, http://coletivocasapreta.com.br/, http://pontodeculturamirante.blogspot.com.br/