Discussão:NPDD/Baobáxia

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Fazer encontros para o desenvolvimento com especialistas na área e com bolsistas dos Núcleos de Formação Continuada e de Produção de Conteúdo,
 
Fazer encontros para o desenvolvimento com especialistas na área e com bolsistas dos Núcleos de Formação Continuada e de Produção de Conteúdo,
 
 
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Edição das 11h58min de 4 de fevereiro de 2013

Conteúdo

Rota dos Baobás e Fortalecimento do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento Digital

Objetivo

Implantar uma Estação Digital, para contribuir com a melhoria das condições econômicas, sociais, culturais e políticas de comunidades urbanas e rurais por meio do acesso às tecnologias de informação e comunicação.

Objetivos Específicos

Estruturar a Rede Mocambos através da apropriação das novas tecnologias de comunicação e intercâmbio entre diferentes realidades que buscam as mesmas oportunidades de acesso e inclusão sócio/digital;

Promover o acesso às tecnologias da informação e comunicação a toda comunidade, preferencialmente às comunidades de baixa renda;

Promover a formação e qualificação da comunidade para o mercado de trabalho;

Sensibilizar e conscientizar a comunidade para o desenvolvimento sustentável, educação ambiental e consciência cidadã através das tecnologias disponíveis;

Promover a sustentabilidade técnica através do uso de softwares livres, disseminando a experiência da Estação para a comunidade local;

Introdução

O grupo heterogêneo que propõe o presente projeto acredita que, em vez de as pessoas adaptarem-se a um suposto uso dominante das tecnologias, são as tecnologias que devem se adaptar ao que as pessoas necessitam. Entendemos que um aspecto fundamental das tecnologias livres é precisamente sua maleabilidade e adaptabilidade a diferentes contextos. Na última década, o Brasil ganhou relevância internacional no que se refere ao uso de software livre, mas ainda temos um imenso potencial inexplorado no efetivo desenvolvimento de soluções tecnológicas livres que reflitam e articulem as condições reais de infraestrutura nas comunidades do Brasil. Frequentemente, as pessoas que desenvolvem políticas públicas de inclusão digital estão limitadas a uma bolha de infraestrutura de primeiro mundo - acostumadas que estão a sempre ter cobertura da operadora de telefonia móvel, ou então uma dúzia de redes sem fio por perto. Em sentido inverso, a Rede Mocambos vem se desenvolvendo no em diálogo entre realidades nas quais o acesso à rede é frequentemente instável. Assim, o que nos leva a buscar soluções para redes eventualmente conectadas é a conjunção entre a experiência direta das pontas e a certeza de que a inovação baseada em tecnologias livres é possível, sustentável e pode servir de exemplo para tantas outras redes do Brasil e do mundo que enfrentam problemas de comunicação semelhantes.

Ao longo da última década, experiências como os Pontos de Cultura, a rede Metareciclagem, o movimento do Software Livre e a Rede Mocambos disseminaram o uso crítico das tecnologias digitais, introduzindo o uso das TICs a segmentos antes excluídos da sociedade. O projeto propõe avançar essa construção, interligando experiências que de certa forma ficaram isoladas. Muitas dessas realidades compartilham a demanda por infraestruturas de rede inteligentes que potencializem o âmbito local, abrigando sua riqueza criativa e peculiar, além de superar limites técnicos como a lentidão e instabilidade da conexão à internet em diferentes localidades. Fazendo uso de tecnologias abertas e livres, investindo em um esforço de integração delas e de desenvolvimento do que elas ainda não resolvem, estamos proporcionando uma conexão importante entre o desenvolvimento tecnológico e as demandas da sociedade. Isso em si já é profundamente inovador, em contraste com a maneira como as tecnologias são geralmente desenvolvidas - de cima para baixo e focadas na exploração de propriedade intelectual com objetivo meramente financeiro. E além da inovação estrutural, o projeto também se concentra em inovação tecnológica propriamente dita: o desenvolvimento de soluções técnicas para demandas presentes em boa parte do país e do mundo.

Apresentação

A Rede Mocambos, desde 2002, iniciou uma caminhada pelas comunidades quilombolas do país, desde então já foram visitadas quase 120 comunidades em 18 estados brasileiros. Outras 115 comunidades estão sendo envolvidas através do Programa Telecentros.Br, via Convênio de Parceria assinado em 2010 entre Casa de Cultura Tainã/Rede Mocambos, Ministério das Comunicações e a Seppir. O conjunto dessas experiências, pautadas na valorização dos saberes locais, da oralidade e ancestralidade negras, tem disseminado a necessidade da desconstrução de modelos prontos, impostos sob fundamentação ocidental, que sutilmente fragmentam as bases da cultura negra.

A partir de 2004, as ações governamentais e da sociedade civil, têm conectado comunidades rurais em diversos territórios do país, garantindo-lhe o acesso digital através da implementação de telecentros. Atualmente, existem cerca de 120 quilombos da Rede Mocambos com acesso a internet e mais 80 em processo de implementação de seus centros digitais. Porém, muitos desafios se colocam para os quilombos, especialmente para os territórios mais afastados dos centros urbanos:

A baixa velocidade da internet disponibilizada pelo governo se torna ainda pior nos lugares mais afastados, inviabilizando aprendizados e acesso a diversos conteúdos A gestão do telecentro, muitas vezes é caracteriza por permitir acesso livre apenas e não utilizar a tecnologia como um instrumento e uma linguagem que potencializa caminhos para solução de problemas comunitários e desenvolvimento local. Isso nos leva buscar o desenvolvimento de tecnologias e pedagogias que permitam a apropriação dessas novas tecnologias pelas comunidades que, em sua maioria não tiveram nenhuma ferramenta de acesso à informação e conhecimento. O conhecimento da cultura negra e quilombola é disperso e fragmentado, também no universo da internet

A Rede Mocambos trabalha difundindo o quanto a produção da comunicação comunitária autônoma é determinante para a construção de um processo de luta e melhoria do modelo de vida comunitária, tão contaminado por conteúdos da grande mídia que não respeitam as identidades e necessidades locais.

A compreensão da comunicação comunitária pautada em princípios de ancestralidade e conquista de direitos como uma das estratégias centrais ainda é pouco difundida nas comunidades, seja pela ausência de políticas para tal fim, seja pelas marcas que a desigualdade no Brasil acarreta para comunidades rurais e negras,favorecendo ações e mecanismos locais capazes de geração de renda e sustentabilidade, como fonte de produção de sistemas de inovação, os conhecimentos tradicionais destacam-se por seu vasto campo e variedade que comportam: técnicas de manejo de recursos naturais, métodos de caça e pesca, conhecimentos sobre os diversos ecossistemas e sobre propriedades farmacêuticas, alimentícias e agrícolas de espécies e as próprias categorizações e classificações de espécies de flora e fauna utilizadas pelas populações tradicionais.

Destacamos ainda algumas tecnologias sociais de comunicação e compartilhamento de conhecimentos que a Rede Mocambos vem produzindo ao longo desses dez anos de atuação com essas comunidades: www.mapa.mocambos.net - www.mocambos.net - www.wiki.

Justificativa

O presente projeto é parte integrante da estratégia tecnológica da Rede Mocambos, que busca fortalecer a comunicação através da apropriação de tecnologias de informação entre duzentas comunidades distribuídas pelo Brasil. São quilombos rurais e urbanos, aldeias indígenas, terreiros, associações e comunidades ciganas, além de grupos de ativistas e pesquisadores que usam a internet como meio de engajamento e articulação.

Ainda que respeitando a singularidade e a auto-determinação de cada um desses contextos, se podem encontrar entre elas muitos pontos em comum: a questão do território, em suas múltiplas dimensões; a resistência à homogenização das expressões culturais, buscando a valorização da tradição como instrumento de inserção para fazer um mundo contemporâneo com mais espaço para a diversidade; a crítica prática e concreta à sociedade consumista e individualista, criando alternativas sustentáveis; além da onipresente condição de precariedade de infraestruturas de comunicação.

Muitas das comunidades envolvidas estão em localidades periféricas ou afastadas, que usualmente atraem pouco ou nenhum interesse de empresas de telecomunicações, geralmente orientadas somente pelo lucro. Mesmo com o apoio de programas públicos de inclusão digital como o GESAC e o Telecentros.BR, a Rede Mocambos frequentemente se vê à frente de péssimas condições de conectividade para desenvolver suas ações. São pontos onde o acesso à internet é extremamente lento, ou só está disponível de maneira intermitente. Entendemos que é necessário pleitear melhores condições de conexão para todas essas comunidades, mas também sabemos que não existe solução instantânea. É nesse sentido que surge a ideia de uma arquitetura distribuída, totalmente baseada em tecnologias livres e abertas, para integrar redes autônomas federadas eventualmente conectadas (ver a monografia em http://acs.taina.net.br/w/images/b/b3/Mono_RFEC_RedeMocambos_VT.pdf.)

O projeto se baseia na criação de serviços locais de rede que permitam trabalhar a comunicação em cada localidade, mesmo quando a internet não estiver disponível - armazenando dados para posterior sincronização, oferecendo espelhos locais de conteúdo e software, adaptando a construção tecnológica às demandas e condições locais. A proposta é baseada em pesquisas independentes realizadas por parceiros da rede Mocambos, nos âmbitos tecnológico, conceitual e de experiência de uso.

Metas

Levantamento de telecentros que não receberam computadores atualmente, levar os computadores.

Fazer uma pajelança e plantar um Baobá nos locais que receberão os computadores

Realizar uma conversa iniciatória sobre a prática da comunicação compartilhada e o desenvolvimento de sistema.

Fortalecer os núcleos já existentes mais estruturados e levantar indicações de pessoas que tenham interesse em participar efetivamente do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento Digital da Rede,

Fazer encontros para o desenvolvimento com especialistas na área e com bolsistas dos Núcleos de Formação Continuada e de Produção de Conteúdo,

Ferramentas pessoais
Espaços nominais
Variantes
Ações
Navegação
Ferramentas
Rede Mocambos