Projetos/PROPOSTA SEPPIR 2012 002
Prisciladila (disc | contribs) (→Plano de Trabalho) |
Prisciladila (disc | contribs) (→Cronograma Físico) |
||
Linha 78: | Linha 78: | ||
*Avaliação | *Avaliação | ||
− | Será um encontro para fazer a avaliação conjunta das | + | Será um encontro para fazer a avaliação conjunta das realizações do projeto, |
Edição das 19h43min de 19 de agosto de 2012
Prazo para inscrição: 9 de Setembro
Conteúdo |
Links
http://www.seppir.gov.br/.arquivos/chamada-publica-02-2012-quilombos
Objeto
Estruturar uma rede de produção, organização e catalogação digital de conteúdos históricos, artísticos, culturais e linguísticos produzidos por grupos e entidades de matriz africana no Brasil para a transmissão de conhecimentos de detentores e/ou produtores de bens culturais de natureza imaterial para as novas gerações.
Plano de Trabalho
O plano de trabalho consiste em realizar como primeira ação um encontro para formação de base para estruturar três frentes: 1) a organização de uma rede para a construção de uma estrutura para reconhecimento e troca de recursos digitais e de conhecimentos; 2) estrutura para realização de formação continuada e 3) bases para formação de recursos humanos ligada à produção e à disseminação de conteúdo produzido localmente.
Como segunda ação realizar encontros em cada comunidade participante para levantamento da situação de cada uma delas com a intenção de organizar uma estrutura para resgatar, divulgar e compartilhar as produções linguísticas, filosóficas e culturais das matrizes africanas que participam na formação da cultura brasileira para fortalecer as potencialidades técnica e operacional das organizações representativas dos povos e comunidades tradicionais locais em uma ação de formação educacional.
Fortalecimento Institucional e Desenvolvimento Socioeconômico
A possibilidade de resgate das contribuições dos descendentes de matriz africana nas próprias comunidades tem valor inestimável. Depois de séculos de historiografia que representa as negras e negros no Brasil como coadjuvantes do processo de colonização brasileiro contado por outras matrizes culturais, torna-se possível ganhar voz e - esperamos - colocar questões para a formação da cultura nacional. É preciso participar desta discussão como protagonista, e esta é a oportunidade de preparação das comunidades para ocupar este papel.
Considerando que as comunidades tradicionais possuem um histórico de suas práticas que se estruturam como tradição, o fortalecimento institucional precisa ter imanente essa organização como um estabelecimento de inovação no que pode ser considerado fortalecimento de valores.
Tendo isto em vista, o fortalecimento precisa colocar a cosmo visão como referência sendo uma das heranças que tais comunidades levam a cabo em suas vivências, uma visão que relaciona todas as práticas, ações e produções harmonicamente. Na África, mesmo dentro da diversidade, profundidade e peculiaridade gigantesca dos povos africanos, ela tem um aspecto civilizatório, ou seja faz parte do desenvolvimento político, social, econômico e de organização que não se fragmenta em burocracias e nem corresponde ao modelo econômico capitalista, mas enxerga a Terra, todos os seres vivos, entre eles o ser humano, a organização coletiva, aspectos educativos e de estruturação cultural como uma relação intrínseca às decisões, ações, práticas e produções de tecnologias sociais, econômicas, políticas e culturais.
Esse elemento, fomentado e vivido pelas comunidades quilombolas no Brasil, possibilita compreender que o fortalecimento institucional e desenvolvimento socioeconômico se dá com o fortalecimento das práticas já desenvolvidas e respostas já encontradas para demandas observadas pelas comunidades para continuar existindo, garantindo sua autonomia e a valorização de suas criações, em todos os campos de suas práticas que se inter-relacionam. A Rede Mocambos nasce também dessas demandas e realiza um trabalho em rede entre as comunidades; tais necessidades evidenciaram que os Núcleos de Formação ( já citados detalhadamente ou resumidamente no histórico da entidade) favorecem tal desenvolvimento a partir de tecnologias sociais e digitais com o registro das diversas práticas gerando conteúdo para ser organizado a fim de que esse conteúdo seja compartilhado entre as comunidades inicialmente e depois seja difundido através da internet.
Neste sentido o projeto contribui com a visão das comunidades que, tendo como herança a cosmovisão africana de mundo, traz a compreensão de que o pleno fortalecimento desenvolvimento só se dá - e faz parte - em harmonia com o entrelaçamento de suas práticas, ações e produções históricas, linguísticas, culturais e filosóficas para a sustentabilidade de sua existência e a Rede é um organismo que se estrutura neste olhar criando mecanismos para este desenvolvimento.
Pensar o que é riqueza pode equivocadamente remeter à questão financeira, porém, na realidade das comunidades sua riqueza está relacionada ao território, conquistado e trabalhado de forma comunitária, a produção dos bens e a relação de troca vivenciada por estas comunidades.
Muito para além do modo capitalista de produção e de consumo, as práticas realizadas nas comunidades valorizam uma produção que não tende a se estabelecer como acúmulo de mercadoria e obtenção de dinheiro como a maior moeda de troca para um consumo exacerbado de produtos que nem mesmo tem a ver com vida nas comunidades, mas sim fazer ver que os valores gerados dentro das comunidades tem grande potencial de troca que pode garantir a sustentabilidade das comunidades.
Trata-se assim de conhecer de que forma é a produção para realizar trocas de saberes, e como tais bens serão fornecidos para a troca, aliás formas criadas pelas próprias comunidades levando também em conta a necessidade da continuidade de suas práticas em produção agrícola, artesanal entre outras para garantir sua sustentabilidade através da comercialização de seus produtos de forma não predatória, garantindo a permanencia dos recursos, e de forma colaborativa.
Metodologia
Estando evidente o histórico da Rede Mocambos, a proposta aqui apresentada visa trabalhar conteúdos já existentes, capitados nas comunidades ( vídeos, fotos e textos ), bem como trabalhar conteúdos relativos a outras tecnologias que precisam ser conhecidas e desenvolvidas de acordo com a comunidade específica. A metodologia tem como fundamento as três frentes da Rede Mocambos já citadas no plano de trabalho.'O Núcleo de Produção de Conteúdo'(NPC) é uma ação em rede onde será elaborado um tutorial para servir de referência para as Pajelanças Quilombolicas. O NPC terá como lugar de encontro a Casa de Cultura Tainã e será a primeira ação a ser realizada. Neste encontro o foco é a formação de base para construir e encaminhar acervo para biblioteca digital, bem como a produção de notícias para o Portal da Rede Mocambos e migrar o portal para outra ferramenta e para a organização do Mapa de Geo-referenciamento para descrição das comunidades no mapa. A segunda ação está relacionada ao Núcleo de Formação Continuada, é a Pajelança Quilombolica (descrição do que é ou colocar a descrição da pajelança no plano de trabalho.) Cada Pajelança terá um foco diferente orientado pela comunidade. (Aqui definir quais são as comunidades e quais são práticas e necessidades de cada comunidade envolvida)
- Formação em produção e uso dos conteúdos nas Pajelanças realizadas em comunidades que já utilizam ferramentas para produção audiovisual e fotográfica, entre outras, para inserir tal conteúdo no Portal.
Cronograma Físico
Primeira etapa
Formação de base
para organizar os conteúdos trazidos pelas representantes das comunidades
- Acervo/ biblioteca - para organizar os conteúdos produzidos e trazidos pelas representantes das comunidades.
- Notícias Portal - Como inserir notícias no Portal da Rede Mocambos, pensar e elaborar uma nova interface considerando a questão visual,
- Mapa / organização - conhecer a ferramenta para inserir informações sobre as comunidades,
Segunda etapa
- Pajelança - Encontros nas comunidades a fim de discutir e refletir sobre a situação de cada comunidade bem como o levantamento de proposta dentro das linhas de trabalho que cada comunidade segue
Terceira etapa
- Multiplicadores - serão definidos multiplicadores em cada comunidade para gerir a produção e realização das propostas encaminhadas dentro das linhas de trabalho tais linhas são:
(será feito contato para conhecer quem gostaria de ser multiplicador)
- Cultura Popular - Coco de Umbigada - Olinda - PE
- Gestão do território - Vale do Ribeira - SP
- Sustentabilidade - Casa do Boneco - Itacaré - BA
Quarta etapa
- Avaliação
Será um encontro para fazer a avaliação conjunta das realizações do projeto,